O ex-ministro da Justiça Sergio Moro participou de uma live realizada pelo jornal O Estado de S. Paulo essa semana. Questionado sobre as críticas à força-tarefa da operação, o ex-magistrado disse que vê ataques a ‘ideias e propostas’ essenciais ao funcionamento da Lava Jato e da agenda anti-corrupção.

Moro afirmou ainda que há falta de apoio por parte da Procuradoria Geral da República e do chefe do Ministério Público Federal (MPF), Augusto Aras. “Tenho respeito ao Augusto Aras (chefe da PGR), mas gostaria que ele refletisse mais, ele e a cúpula da Procuradoria. O meu entendimento é que ele deveria se somar a esses trabalhos das forças-tarefa da Lava Jato e de demais forças que terão que ser criadas”, defendeu. “Essa falta de apoio (de Aras às equipes) é realmente preocupante”, avaliou.

A manifestação vem após ‘diligência’ da subprocuradora-feral da República, Lindôra Araújo, braço direito de Aras, no QG da Lava Jato em Curitiba para acessar ‘banco de dados’ das investigações do escândalo Petrobrás, que originou a operação, em 2014.

Moro acha que o presidente Jair Bolsonaro ‘errou’ ao ignorar a lista tríplice do MPF e nomear Augusto Aras para a PGR.

”O Procurador-geral e o MP tem que atuar com autonomia. Eu acho, e não é uma crítica ao procurador, houve um erro ao presidente não escolher da lista tríplice. É um processo que dava mais segurança. Eventualmente, algumas ações tomadas pelo procurador vão sendo questionadas que talvez não fossem se o procurador tivesse sido escolhido na lista tríplice. O que se espera é que o procurador atue de maneira autônoma, sem interferência”, disse.

Eleições 2022

Sobre uma suposta candidatura, o ex-ministro negou que tenha pretensões de concorrer à presidência em 2022, classificou as especulações sobre sua carreira política como uma ‘fantasia’ e garantiu que vai se ‘inserir agora no mundo privado’. “Eu estou fora desse jogo político”, disse.

Em contrapartida, revelou que, embora tenha saído do serviço público, não saiu do debate público. “Eu não vou me abster de falar que nós devemos ser fiéis aos nossos princípios. E, entre os princípios essenciais para a nossa democracia são o combate à corrupção e o Estado de Direito. Ambos são essencialmente importantes. Se eu sou um problema falando isso, paciência”, afirmou.

Ex-ministro classificou especulações sobre sua carreira política como uma ‘fantasia’ e disse que vai se ‘inserir agora no mundo privado’ Foto: Reprodução

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