O desemprego subiu mais entre os pretos do que brancos e pardos no segundo trimestre de 2020, o primeiro que pegou três meses completos de pandemia no Brasil, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE.
Segundo a analista da pesquisa Adriana Beringuy, a população preta foi a que mais teve impacto no percentual de taxa de desocupação, que chegou a 17,8% - eram 15,2% desempregados no primeiro trimestre.
Entre os brancos, a taxa aumentou de 9,8% para 10,4%, enquanto entre os pardos o crescimento foi de 14% a 15,4%. Dessa forma, a diferença percentual de taxa de desemprego entre brancos e pretos alcançou um recorde histórico.
"Foi a maior já registrada, chegando a 71,2%", disse Beringuy.
Os menos escolarizados também registraram alta acima da média no índice de desemprego. Os brasileiros sem instrução e com menos de um ano de estudo foram de 9,6% no primeiro trimestre a 13,1% em junho.
Já entre aqueles com o ensino médio incompleto ou equivalente, o aumento foi de dois pontos percentual, de 20,4% a 22,4%. Os trabalhadores mais estudados, com ensino superior completo, quase não foram atingidos, com variação indo de 6,3% a 6,4%.
A média de desemprego no país chegou a 13,3% no trimestre encerrado em junho, segundo dados publicados pelo IBGE. Os números não refletem o tamanho da crise, segundo especialistas.
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O instituto chegou a atrasar na divulgação dos dados de junho, por problemas na apuração da informações, já que a coleta vem sendo feita por telefone e não presencialmente, como era tradicional.
A alta no desemprego brasileiro é efeito da pandemia da Covid-19. Desde que o primeiro óbito foi registrado, em 17 de março, a doença avançou e o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de combater a pandemia.
Assim, todos os setores da economia passaram a sofrer perdas, o que refletiu no emprego das pessoas.
Com o isolamento social, muitos brasileiros desistiram de ir às ruas atrás de uma vaga, levando o número de desalentados a crescer 19,1%, para 5,7 milhões de pessoas.
A população subutilizada chegou a 31,9 milhões de pessoas, 15,7% a mais do que no trimestre anterior.
No segundo trimestre, 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho no período, a maior queda no número de ocupados desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012.
No período, o Brasil tinha 83,3 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho, o menor número da série histórica.
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