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CASO É INVESTIGADO

Policiais que agrediram com socos e chutes mulher algemada são afastados

A mulher chegou a ficar presa por 48 horas, enquanto os filhos foram levados para um abrigo.

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Imagem ilustrativa da notícia Policiais que agrediram com socos e chutes mulher algemada são afastados camera O caso aconteceu em 26 de setembro desse ano, mas as imagens foram divulgadas no último domingo (22), ganhando repercussão nas redes sociais. | Reprodução/Vídeo

Os dois militares envolvidos na agressão a socos e chutes contra uma mulher que estava algemada foram afastados pela Polícia Militar do Mato Grosso do Sul. O caso aconteceu dentro do quartel de Bonito, cidade que fica a quase 300 quilômetros da capital Campo Grande.

Por meio de nota, a Corporação afirmou que a mulher foi detida por suspeita de “cometer desacato, danos ao patrimônio, ameaça, resistência à prisão e embriaguez” e que dentro do quartel “teria se exaltado contra os PMs que atenderam a ocorrência, sendo necessário uso de algemas” para “mantê-la dentro do compartimento para condução de detidos” e ressaltou mais uma vez que a mulher estaria embriagada.

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Um vídeo registrou o momento das agressões. Um policial empurra a vítima e depois distribui socos e tapas. Outros três, sendo um fardado, assiste passivamente as agressões, que param somente quando uma mulher com farda da PM retira o colega de cima da vítima.

O caso aconteceu em 26 de setembro desse ano, mas as imagens só foram divulgados no último domingo (22), ganhando repercussão nas redes sociais.

Confira o depoimento da vítima

A vítima contou que estava em Bonito para um passeio em família com três dos quatro filhos para comemorar o aniversário de 44 anos. Um deles é uma menina autista de três anos.

Segundo a empresária, a confusão que a fez ser conduzida à delegacia de Polícia Civil começou no restaurante em frente à pousada onde estava hospedada.

Ao realizar o pedido, segundo a vítima, a comida teria demorado para ficar pronta, o que causou desconforto na filha autista.

"Minha bebê se divertiu muito e ficou com fome, pois ela ama comer arroz e feijão. Fui até o restaurante com ela no colo e perguntei se já estava pronto. Ela [funcionária do restaurante] disse para sentar um pouco. Passou mais de uma hora e meia e minha bebê surtou, claro, pois estava com fome. Fui questionar o motivo de tanta demora e se podiam dar algo para dar à bebê, que estava aos prantos", relatou a empresária, que preferiu não se identificar.

De acordo com a vítima, ela teria sido empurrada pela funcionária do restaurante com a criança de três anos no colo. "Ela não gostou [da cobrança pela refeição], me empurrou e xingou a minha bebê de 'verme de sociedade'. Eu caí ao chão com a bebê, a deixei no chão e fui para cima dela. Foi assim que tudo começou", conta.

As duas teriam sido separadas pela filha mais velha da vítima, uma adolescente de 17 anos. Além dela, um filho de seis anos também estava no passeio.

Ainda de acordo com a vítima, a polícia teria batido na porta do quarto após a família retornar à pousada. Segundo ela, foi puxada pelos cabelos para fora do estabelecimento por um segundo-tenente da PM e conduzida algemada em uma viatura sob alegação de desacato.

A mulher chegou a ficar presa por 48 horas, enquanto os filhos foram levados para um abrigo. O marido da vítima, que é cabo da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, soube da ocorrência e se dirigiu à cidade, onde resgatou os filhos do abrigo e prestou assistência à mulher.

Segundo a vítima, não foi possível registrar boletim de ocorrências nem ser ouvida pelo delegado. Ela alega que não realizou exame de corpo de delito das agressões sofridas, pois o serviço não estava disponível no momento, o que a forçou a não denunciar o caso à Corregedoria da PM.

Agora, com as imagens em mãos, a intenção é dar andamento no registro. "Não fiz a denúncia na ocasião porque não tinha provas. Pedi a imagens e os policiais me disseram que não funcionavam as câmeras", justifica.

Veja a nota da PM na íntegra:

"A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul informa que no tocante à ocorrência registrada na noite do dia 26 de setembro do corrente ano, no município de Bonito-MS, onde uma senhora de 44 anos foi detida por ser suspeita de cometer os crimes de desacato, danos ao patrimônio, ameaça, resistência à prisão e embriaguez, teve origem após uma equipe policial militar ser acionada para contê-la, em um restaurante daquele município, após a mesma, supostamente, ter ameaçado atear fogo no local, ameaçado de morte os proprietários e quebrado garrafas dentro do estabelecimento comercial.

Ocorre que durante a confecção do Boletim de Ocorrência, a pessoa detida teria se exaltado contra os PMs que atenderam a ocorrência, sendo necessário o uso de algemas e mantê-la dentro do compartimento para condução de detidos, considerando o avançado estado de embriaguez da mesma.

Quanto às imagens que aparecem no vídeo, foi feita uma análise preliminar do conteúdo, identificando o local e militares envolvidos. Imediatamente, o comandante do CPA-3, coronel Emerson de Almeida Vicente, determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM), que é o instrumento legal para investigar fatos dessa natureza. Os policiais militares envolvidos na ocorrência já foram afastados das suas funções".

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