Uma mulher negra foi vítima de racismo por conta de seu corte black power em um estúdio fotográfico. Sara Policarpo, de 25 anos, contou que foi humilhada em razão do cabelo crespo. As informações são do UOL.
Segundo Sara, ela e a filha, de três anos, foram ao estúdio e assim que chegou ao local, encontrou uma menina com cabelos crespos sendo presos pela mãe, e foi informada por ela que o fotógrafo havia afirmado que o cabelo deveria ser escondido para a foto.
Ainda de acordo com Sara, quando foi a vez da sua filha, que tem o tom de pele mais claro e cabelos cacheados, não falaram nada. "Ela tirou a foto com o cabelo solto, ninguém pediu para prender ou esconder. Pensei que talvez era coisa da minha cabeça", disse ela.
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No entanto, quando chegou a vez de Sara, ele disse que foi "impedida de tirar a foto por conta do black power". Ela decidiu mesmo assim prender o cabelo, pois precisava dos documentos.
A operadora de linha conta que chegou questionar a situação, mas acabou desistindo.
"Falei que não era certo, que ninguém avisou que eu teria que mexer no meu penteado. Ele (fotógrafo) pediu para colocar todo para trás e esconder, para que não aparecesse na foto. Fui ao banheiro, comecei a chorar, me senti humilhada", relatou.
Ao retornar do banheiro, a vítima contou que foi informada pelo fotógrafo de que "não teria jeito" e que precisaria usar o Photoshop para tirar o cabelo dela da imagem. Sara resolveu se negar a aceitar a fotografia manipulada digitalmente e não conseguiu dar entrada nos documentos. O caso ocorreu em Divinópolis, cidade mineira a cerca de 130 km de Belo Horizonte.
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Sara procurou uma advogada e pretende entrar com uma ação contra o estúdio fotográfico. "O racismo existe, mas querendo ou não, só quem é preto mesmo sabe e passa por isso. Quem fala que não existe é quem tem tom de pele claro", declarou.
O caso será investigado pela Delegacia Regional. A reportagem procurou o estúdio fotográfico, mas não obteve retorno até a publicação.
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