O presidente Jair Bolsonaro foi um dos principais apoiadores na campanha de Marcelo Crivella que tentava se reeleger como prefeito do Rio de Janeiro, em outubro. Na época, Bolsonaro gravou um vídeo em apoio ao prefeito carioca e diz: “no final da linha, nós sofremos quase que do mesmo mal”.
Esse “mal” ao qual o presidente se refere é, segundo ele, uma “grande emissora de televisão”. Mesmo não citando nomes, Bolsonaro já havia revelado em outras declarações que se sente perseguido pela Globo.
O presidente diz no vídeo que a emissora faz “ataques injustificáveis” à pessoa dele e também a Crivella. O prefeito foi preso na terça-feira (22) em operação da Polícia Civil e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Ele é apontado como chefe do suposto grupo criminoso que teria instituído um esquema de cobrança de propina na prefeitura. Segundo Crivella, a prisão é uma “perseguição política” que seria comandada pelas Organizações Globo.
Os bolsonaristas defendem cada vez mais uma aliança com a Igreja Universal do Reino de Deus, da qual Crivella é pastor e sobrinho do fundador da denominação neopentecostal, Edir bispo Macedo. Tudo isso baseado nesse “inimigo em comum”, que é a Globo.
O partido Republicanos é o braço político da Universal, presidido pelo deputado e pastor Marcos Pereira (SP), atual vice-presidente da Câmara e que acaba de renunciar apoio a Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Casa.
Os filhos do presidente, o senador Flávio e o vereador Carlos, são filiados ao Republicanos com endereço eleitoral no Rio de Janeiro.
Ou seja, Bolsonaro e Crivella têm muito em comum além do sentimento de perseguição por parte da Globo.
Esse turbilhão de coisas tem abalado e provocado temor no presidente. Ele teme que essa “perseguição” da emissora e da oposição culmine em consequências sérias para ele e seus filhos.
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