O líder do Governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-RR), disse na manhã desta quarta-feira (17) que a situação do Brasil na pandemia do coronavírus "não é tão crítica" comparada aos outros países. "É uma situação até confortável", afirmou o parlamentar, em entrevista à Globo News.
As declarações de Barros foram feitas um dia depois de o Brasil atingir o maior número de mortes em um único dia desde o início da pandemia. De acordo com o consórcio de imprensa, ontem o país teve 2.798 óbitos provocados pela doença.
"É natural que haja nesse momento, de pico de pandemia, um repique da pandemia. Não esperávamos ter esse aumento de casos, e acontece mundialmente. Já estamos com o sistema de UTIs mais estruturado, mas ainda assim temos tido, em alguns lugares, o esgotamento da rede", disse ele, que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer (DEM).
O deputado tentou amenizar as responsabilidades do governo federal na gestão da pandemia. Ao comentar a pesquisa Datafolha divulgada hoje mostrando recorde da rejeição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na gestão de crise sanitária, o parlamentar se limita a dizer que trata-se de "uma crítica permanente das decisões do governo".
Ao falar do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Barros diz acreditar que ele fará uma boa atuação à frente da pasta. O deputado enxerga a compra de vacinas como prioridade de Queiroga. "Ele sabe o que tem e o que deve ser feito. Tem obviamente o comando do governo central, mas sabe que a tarefa é acelerar a vacinação, negociar adiantamento de entrega de doses, trazer novos fornecedores que tenham possibilidade de entrega antecipada da vacina em relação às compras já feitas, e com isso nós podemos avançar"
O deputado defendeu o alinhamento do novo ministro da Saúde com o presidente Bolsonaro. O parlamentar citou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) para reforçar a importância da política da pasta ser a mesma do governo federal.
"O ministro tem a sua convicção. Ele sabe que está subordinado ao presidente da República, que ele faz parte de uma equipe de governo e isso é muito bom (...) Os outros (ministros) que quiseram fizeram voo solo ficaram inviabilizados e não ajudaram o Brasil. O Mandetta, ao se inviabilizar como ministro, não ajudou o Brasil, abandonou o barco", disse.
O parlamentar, no entanto, não vê com bons olhos a intensa troca no Ministério da Saúde. Com a futura nomeação de Queiroga, a pasta terá seu quarto líder apenas durante a pandemia. "Isso não é bom para a política de saúde", resumiu.
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