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FUNDAÇÃO PALMARES

Sérgio Camargo quer tornar PM que surtou em "mártir" 

Segundo Camargo, as palavras de Wesley antes de ser baleado "expressam a indignação dos trabalhadores brasileiros ante a truculência e o autoritarismo"

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Imagem ilustrativa da notícia Sérgio Camargo quer tornar PM que surtou em "mártir"  camera O PM de 38 anos morreu no domingo após ter um surto psicótico e atirar contra agentes do Batalhão de Operações Especiais. Agora, pode estar na lista de Personalidades Negras da Fundação Palmares | Reprodução / Twitter

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, pretende tornar o policial militar Wesley Góes, morto após surtar e atirar contra colegas de farda no domingo (28), um mártir da lista de Personalidades Negras da Instituição.

Sérgio Camargo fez a afirmação nesta segunda-feira (29). O PM de 38 anos morreu no domingo após ter um surto psicótico e atirar contra agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Salvador (BA).

Durante o ataque. Wesley disse frases como “não vou deixar que atentem contra a dignidade humana”, interpretada por apoiadores do presidente Bolsonaro como um grito de revolta contra as medidas de lockdown impostas pelo governo baiano.

Segundo Camargo, as palavras de Wesley antes de ser baleado "expressam a indignação dos trabalhadores brasileiros ante a truculência e o autoritarismo", como se referiu às medidas de isolamento utilizadas por países do mundo inteiro para combater o vírus.

"Temos informações preliminares de que a conduta do PM Wesley Góes era exemplar, o que considero provável. Assim que houver confirmação oficial da reputação ilibada dele como soldado, a Palmares procederá à justa homenagem", anunciou Camargo.

MORTO APÓS SURTO

A ocorrência que terminou na morte do PM começou por volta das 14h do domingo, quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na região do Farol da Barra, uma área turística de Salvador.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a negociação com o soldado durou aproximadamente três horas e ele alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. Além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas no mar. Três viaturas de quatro rodas também foram desengrenadas e direcionadas para guarnições que isolavam o local.

Segundo a nota do órgão, aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. "Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi neutralizado e socorrido", diz o texto. Ele foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

"Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", declarou o comandante do Bope, major Clédson Conceição.

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