Preso, nesta quinta-feira (8), por suspeita de ter matado o enteado de apenas 4 anos, o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) pode ser o primeiro parlamentar cassado pela Câmara do Rio de Janeiro. O caso do menino Henry despertou tanta indignação entre os colegas que o Legislativo deve caminhar rumo a esse desfecho, até hoje inédito, mesmo com o histórico de prisões de vereadores nos últimos 20 anos.

Ex-ocupantes das cadeiras do Palácio Pedro Ernesto, nomes como Nadinho de Rio das Pedras, Jerominho, Cristiano Girão e Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, foram presos no âmbito de investigações que miraram envolvimentos dos parlamentares com grupos milicianos. Apesar de medidas temporárias impostas pela Casa, nenhum deles perdeu o mandato por decisão dos colegas.

Com Jairinho, a brutalidade da morte de Henry levou os vereadores a sugerirem medidas que vão além dos trâmites tradicionais da Câmara. Atualmente, ele está com os salários suspensos e será afastado se tiver a prisão estendida.

Como é quase certo que ele ficará pelo menos 120 dias preso, o Legislativo poderia seguir o caminho natural de aguardar esse prazo para cassar o mandato. Há, no entanto, um movimento entre os vereadores que busca antecipar essa punição.

Já afastado do Conselho de Ética, do qual fazia parte, Jairinho deu lugar a Luiz Ramos Filho (PMN), que também cobra uma resposta. Assim como os ex-colegas presos, Jairinho é suspeito de envolvimento com milicianos; o nome dele aparece na CPI das Milícias, finalizada em 2008 pela Assembleia Legislativa do Rio.

Dr. Jairinho (foto) foi preso suspeito de matar o enteado, Henry Borel, de 4 anos Foto: Reprodução/ Câmara do Rio

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