Lembra da novela Salve Jorge (2012), pura ficção, mas que retratava a realidade vivida por várias mulheres que foram vítimas de traficantes internacionais? Pois é, vivendo em uma pandemia mundial, a qual tem deixado várias famílias desoladas, temos que lidar também na vida real com o problema.
Uma operação da Polícia Federal para prender os responsáveis pelos crimes aqui no Brasil e exterior. foi deflagrada nesta terça-feira (27) em seis estados brasileiros. O objetivo é combater esse tráfico internacional de mulheres que são levadas do Brasil para serem exploradas em vários países.
Segundo a Polícia Federal, no total, nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva, estão sendo cumpridos. Cinco pessoas estão sendo acusadas pelo crime, no entanto, podem estar fora do Brasil, mais precisamente no Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália. Por conta disso, a PF pediu a inclusão do nome deles na Difusão Vermelha da Interpol.
Os mandados foram expedidos e cumpridos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Venâncio Aires (RS), Lauro de Freitas (BA) e Rondonópolis (MT).
Somente em São Paulo, três mandados de busca e um de prisão foram cumpridos. De acordo com a PF, o principal alvo da operação foi preso na cidade, no bairro de Granja Julieta, zona sul.
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As investigações da operação de hoje, batizada de Harem BR, começaram em 2019, em inquérito conduzido pela Delegacia de Polícia Federal em Sorocaba (SP). A apuração se deu a partir de desdobramento da denominada Operação Nascostos, que desarticulou um grupo de estelionatários que praticava fraudes pela internet, mediante a clonagem de cartões de crédito.
Durante a Nascostos, a PF notou que algumas das compras feitas pelos estelionatários com cartões clonados foram de passagens aéreas, as quais tiveram como destinatárias duas garotas de programa que viajaram a Doha, no Catar.
Ainda segundo a PF, as vítimas de exploração sexual foram identificadas e relataram cerceamentos de direitos a que foram submetidas nesse destino, bem como que receberam as passagens de um indivíduo que as agenciou para a prática dos atos de prostituição.
Até o momento, a investigação apontou que o Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália foram os países onde as vítimas foram exploradas. Para isso, uma rede de agenciadores/aliciadores estaria envolvida, tanto no Brasil quanto em outros países.
Há indícios, ainda, de que garotas menores de 18 anos foram aliciadas em algumas viagens ao Paraguai.
A PF investiga ainda, a apresentação de documentos possivelmente falsos perante a Embaixada da Austrália no Brasil para dar entrada em pedidos de vistos australianos, como holerites e comprovantes de vínculos empregatícios.
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