O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) é o primeiro a prestar depoimento na CPI da Covid. Ele foi demitido em abril de 2020, ainda no estágio inicial da pandemia.

Sua saída ocorreu após desentendimentos com Jair Bolsonaro causados principalmente pela insistência do presidente em ignorar recomendações de isolamento.

Nos bastidores, o governo trabalha para tentar evitar que Mandetta use a sessão como palanque eleitoral. A ideia é apresentá-lo como copartícipe da estratégia inicial de enfrentamento à Covid.

Uma das perguntas feitas por Renan Calheiros era sobre uma entrevista concedida pelo ex-ministro, na qual ele citou que o presidente recebia aconselhamentos sobre a contenção da pandemia por pessoas fora do Ministério da Saúde, citando o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), que é filho do presidente.

“Várias vezes na reunião do Ministério, o filho do presidente, que é vereador no Rio de Janeiro, estava sentado atrás, tomando as notas na reunião. Eles tinham constantemente reuniões com esses grupos dentro da presidência", disse Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.

Mandetta chegou a citar um momento em que foi informado que a reunião aconteceria no terceiro andar do ministério, junto com médicos e vários ministros.

Esse teria sido o dia em que o ex-ministro teria ouvido falar sobre a "cloroquina", medicamento sem eficácia comprovada recomendado pelo presidente para combater a covid-19. 

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Agência Brasil

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