A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) tem como principal objetivo apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da Pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados.
Nesta terça-feira (1º), o senador Otto Alencar (PSD-BA) partiu para o embate com a médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid-19 no Senado, ao fazer uma série de perguntas a respeito da origem do coronavírus e detalhes sobre a Covid.
Na ausência de respostas, o senador baiano passou a criticar o conhecimento da oncologista sobre infectologia.
O parlamentar, que é médico ortopedista, a questionou inicialmente a respeito da diferença entre um vírus e um protozoário e afirmou que Nise respondeu errado à pergunta.
"A senhora não conhece, não estava preparada para participar do gabinete paralelo como outros que participaram, sobretudo curiosos, advogados, o empresário Wizard, em uma arca de Noé tratando da ciência no Brasil, só que não tinha Noé para conduzir a arca", afirmou.
"A senhora maculou a imagem tomando essa iniciativa [defender a hidroxicloroquina], e também querendo ser ministra da Saúde e não conseguiu. A senhora apostou numa droga que poderia dar certo ou não. E a ciência não admite isso", disse Alencar.
O senador também posteriormente questionou a posição da médica sobre como iria aferir a imunidade de rebanho, qual exame deveria ser feito.
Ele ainda fez outros questionamentos a respeito da área de infectologia para os quais Nise não apresentou respostas corretas, segundo ele. Alencar fez as questões com o intuito de provar que ela não estaria apta a fazer aconselhamentos sobre uma área que não domina.
ASSESSORA EXPULSA
Uma assessora de Nise Yamagachi questionou Alencar depois de ele confrontar a oncologista e acabou expulsa da sala onde ocorre a sessão da comissão.
Após uma discussão no colegiado, a sessão foi suspensa. Logo no início do intervalo, a assessora de Nise falou individualmente com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), para dizer que ela não estava mentindo no depoimento, e o senador respondeu dizendo que ela estava "mentindo descaradamente".
Em resposta, a assessora levantou-se e falou em voz alta que estava assustada, como mulher, com a "grosseria dos senadores", afirmou que era um "absurdo" e que eles não deixavam ela falar.
Aziz, então, disse que ela ficaria "assustada" do lado de fora da sala e pediu à Polícia Legislativa que a conduzisse para outro local.
O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) classificou como um "absurdo" o episódio de expulsão da assessora e disse que a decisão deveria ser reconsiderada.
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