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TERCEIRA ONDA

Covid-19: variante do vírus contamina quem já teve doença

Pesquisadores alertam para a urgência de aumentar o ritmo de vacinação no Brasil

Imagem ilustrativa da notícia Covid-19: variante do vírus contamina quem já teve doença camera Variante gamma, identificada pela primeira vez em Manaus em novembro de 2020, se propagou com mais intensidade em 2021, provocou muitos casos e agora já é majoritária no Brasil | Agência Brasil

A variante P.1 do coronavírus, que emergiu em novembro de 2020 em Manaus (AM) e é considerada mais transmissível. A nova cepa foi rebatizada de gamma pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já é considerada dominante no Brasil.

A variante gamma tem o potencial para desencadear uma terceira onda da pandemia, para a qual a maioria da população estará vulnerável, dizem pesquisadores da Fiocruz. Novo estudo mostra que ela escapa dos anticorpos da infecção natural pelo Sars-CoV-2, o que evidencia significativo potencial de reinfecção. Porém, a gamma não resiste às vacinas em uso no Brasil.

Os cientistas destacam a urgência de aumentar o ritmo de vacinação no Brasil e de manter cuidados de distanciamento social, uso de máscara e higiene. Apenas 10,74% da população recebeu duas doses e, assim, está imunizada.

A segunda onda da pandemia foi puxada, sobretudo em seu início, pela variante P2, agora chamada de zeta. Mas essa variante, originada no estado do Rio de Janeiro e que rapidamente se espalhou pelo Brasil entre o fim de 2020 e o início de 2021, não consegue se livrar do ataque dos anticorpos gerados por infecção anterior pelo Sars-CoV-2, de acordo com o novo estudo.

Já a gamma, identificada pela primeira vez em Manaus em novembro de 2020, se propagou com mais intensidade em 2021, provocou muitos casos e agora já é majoritária no Brasil.

“Embora a gamma seja muito importante na segunda onda, se tivermos uma terceira onda ela será absoluta. Isso significa maior probabilidade de reinfecções e de novos casos, pois ela é mais transmissível, gera enorme carga viral. O predomínio da gamma agora é uma diferença muito importante”, afirma o coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Roberto Lins.

Igualmente preocupante são as evidências de que a gamma está em processo de transformação e adquiriu alterações que podem torna-la mais resistente ao ataque de anticorpos, destaca Lins.

Essas novas mutações são deleções no genoma do coronavírus. Ele perde partes de sua proteína S que são reconhecidas pelos anticorpos. Com isso, fica “invisível” para os anticorpos que são produzidos pelo sistema imunológico justamente para atacar essas regiões do vírus.

Lins explica que as vacinas, por ora, continuam eficientes porque elas promovem uma reação de defesa mais homogênea e efetiva do que a natural. As defesas naturais dependem da carga viral recebida e de características individuais do sistema imunológico.

“Há combustível para o Brasil explodir numa terceira onda. Só teremos segurança quando 75% da população tiver recebido duas doses de vacina. Quem já teve Covid-19 pode ter de novo, se não for vacinado. Essas variantes do vírus, que surgem e se espalham justamente devido à alta circulação, podem escapar da imunidade natural”, explica o pesquisador.

Ele e seus colegas desenvolveram uma plataforma computacional que permite analisar rapidamente as interações dos anticorpos com as variantes, assim que estas sejam identificadas. A plataforma e seus primeiros resultados foram descritos na revista científica Chemical Communications.

Segundo Lins, os anticorpos gerados na primeira onda da pandemia não neutralizam algumas das novas variantes analisadas, em especial a gamma e também a beta, a sul-africana.

“O escape das variantes ao ataque de anticorpos é bem real e influencia como se propaga a pandemia”, frisa o cientista.

Segundo ele, quem já teve Covid-19 causada pelas primeiras linhagens do coronavírus e mesmo pela zeta (P2) não tem garantia de proteção pela imunidade natural porque a gamma mostra que o vírus conseguiu mudar significativamente.

Os anticorpos, porém, são apenas parte da imunidade. O sistema imunológico também combate a infecção por vírus e outros patógenos pela chamada resposta celular — ou seja, o ataque direto de células do sistema imunológico. A plataforma não analisa essa resposta celular, mas Lins acredita a capacidade de escape das variantes compromete significativamente as defesas do organismo.

Uma pessoa adoece com gravidade com Covid-19 porque tem alguma vulnerabilidade individual. Ao sobreviver, ela, em tese, construiu defesas. Mas, se o vírus mudar demais, essas defesas podem não ser suficientes, diz Lins.

“Se não reduzirmos a circulação do coronavírus, a gamma pode mudar tanto que teremos outra variante. Não há como saber quem é ou não suscetível. Precisamos proteger a todos”, observa.

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