A retórica e as políticas do presidente Jair Bolsonaro sobre armas estão surtindo o efeito esperado, superando até mesmo as expectativas mais otimistas das empresas bélicas, que passaram a enxergar o Brasil como parte do mercado internacional.
O Brasil duplicou o número de armas de fogo nas mãos de civis em apenas três anos. Atualmente, existe, pelo menos, uma arma a cada 100 brasileiros. São 2.077.126 exemplares nas mãos da sociedade civil, incluídas as armas pessoais de policiais e militares.
O crescimento foi surpreendente. Apenas em 2020, foram registradas 186.071 novas armas, um aumento de 97,1% em relação ao ano anterior. Os dados são do anuário 2021 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quinta-feira (15). O anuário é considerado o levantamento mais completo de dados de segurança relativos ao ano de 2020, marcado pela pandemia no novo coronavírus.
“Infelizmente não há o que se comemorar. O anuário tem a ingrata missão de trazer notícias ruins”, diz David Marques, coordenador de projetos do fórum. Marques chama a atenção para a piora generalizada nos dados referentes à segurança pública e destaca os desníveis existentes entre as regiões do país, afetadas pela deterioração socioeconômica trazida pela crise sanitária.
Além da explosão do número de armas nas mãos de civis, outros dados chamam a atenção. Após dois anos de reduções, as mortes violentas voltaram a apresentar números crescentes no Brasil. Em 2020, 50.033 pessoas foram assassinadas no país, um acréscimo de 4% em comparação a 2019. Em compensação, houve a redução generalizada dos crimes patrimoniais. A violência contra a população LGBTQI+ também aumentou. Nesta população, os homicídios cresceram 24,7% e as agressões 20,9% no ano passado.
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