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PANDEMIA

Transmissão da variante Delta é maior em vacinados

Cientistas observam o caso da Inglaterra, onde a cobertura vacinal está avançada, mas os registros de contaminação vem crescendo. As vacinas protegem de infecções graves, mas a variante segue contaminado quem já se imunizou.

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Imagem ilustrativa da notícia Transmissão da variante Delta é maior em vacinados camera REPRODUÇÃO

Em meio ao avanço da vacinação contra o novo coronavírus no Brasil, muitos acreditam que somente com toda a população imunizada a pandemia pode chagar ao fim. Mas uma pesquisa da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mostra que a ação da Covid-19 está muito longe de acabar.

De acordo com o geneticista Renan Pedra, professor de genética da UFMG, a capacidade de transmissão da variante indiana, agora conhecida como Delta, é maior até mesmo entre pessoas vacinadas contra o vírus. Vale destacar que as vacinas previnem a doença, mas ainda não foi comprovado cientificamente que impeçam a transmissão ou infecção pelo coronavírus.

“Vamos pegar como exemplo a Inglaterra, que já estava com a cobertura vacinal bem grande, mas viram que mesmo assim as pessoas estão se infectando. As vacinas continuam protegendo contra os casos graves, mas parece que a variante Delta aumenta a chance de que a infecção seja bem sucedida”, explica o geneticista.

Na última semana, o Reino Unido, onde a cepa já é dominante, registrou o maior número de novos casos de covid-19 dos últimos seis meses e um aumento de 53,2% nas internações, mesmo com mais de 52% da população vacinada com as duas doses.

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O geneticista ressalta, ainda, a importância da testagem em massa e da necessidade de análise dessas amostras no Brasil, para que novas mutações sejam descobertas e contidas antes que se espalhem.

“Senão só vamos descobrir que a variante está circulando quando ela já atingiu um nível extremamente alto e aí, porventura, tiver mudando o perfil, ou alguma característica clínica da covid-19”, afirma o especialista

Além disso, ele destaca que, pela pouca testagem realizada no Brasil, não é possível mencionar quantas pessoas realmente já foram infectadas pela variante Delta no país.

“Se testando tão pouco como fazemos, já encontramos, então pode ser que a situação esteja um pouco maior. Deveríamos fazer, de uma maneira bem coordenada, grandes projetos de vigilância genômica para encontrar onde é que estão esses focos e conseguir mensurar exatamente qual é o tamanho deles, porque com certeza tem mais por aí”, diz o professor.

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