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Covid-19: vacinas 'brigam' para ser o 1º imunizante nacional

A Butanvac largou na frente na corrida entre algumas das maiores instituições de pesquisa do Brasil em busca de um imunizante nacional

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Imagem ilustrativa da notícia Covid-19: vacinas 'brigam' para ser o 1º imunizante nacional camera Reprodução

Em desenvolvimento no Instituto Butantan e já em teste em seres humanos, a Butanvac largou na frente na corrida entre algumas das maiores instituições de pesquisa do Brasil em busca de um imunizante nacional contra o novo coronavírus.

São mais de dez projetos em andamento em todo o País, mas cinco deles estão mais adiantados. Além da Butanvac, as vacinas das UFRJ, da UFMG, UFPR e da USP de Ribeirão Preto aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa para início dos testes clínicos.

A expectativa é de que, em 2022, o Brasil possa contar com pelo menos uma vacina contra a Covid-19 desenvolvida e produzida em solo nacional. A produção no país vai baratear custos e dar autonomia, além de favorecer o desenvolvimento de tecnologia brasileira.

A Butanvac é a única das candidatas que já se encontra em fase de testes clínicos em pessoas. Se tudo der certo, a autorização para uso emergencial será pedida em novembro. Com tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, o imunizante usa o vírus inativado da doença de Newcastle (que acomete aves) para levar a proteína spike do novo coronavírus para dentro do organismo.

A Coppe/UFRJ também desenvolve um imunizante contra a covid-19, a UFRJvac. A vacina é baseada na tecnologia da proteína recombinante, usada, por exemplo, nas vacinas contra a hepatite B e contra o HPV. Por isso, acreditam, dificilmente apresentará algum efeito colateral.

No caso da covid-19, os cientistas criaram em laboratório uma cópia da proteína spike do Sars-CoV2, presente nas espículas que recobrem o vírus. Ao receber o imunizante, o organismo "aprende" a reconhecer a proteína, preparando-se para combater uma eventual infecção.

A tecnologia usada na vacina da UFRJ permite também que sejam feitas adaptações (com relativa facilidade) na cópia da proteína spike usada na formulação do imunizante, de acordo com as mutações apresentadas pelas variantes do Sars-CoV2.

"Em março, começamos a trabalhar nas variantes", contou Leda Castilho, da Coppe/UFRJ, coordenadora do estudo. "Já temos para Delta, Gama, Beta e para outras três ou quatro. "O produto em desenvolvimento pela UFMG e pela Fiocruz-MG, a SpiN-TEC, também é baseado na tecnologia da proteína recombinante. Os pesquisadores usaram uma bactéria comum modificada geneticamente. Ela recebeu partes do genoma do Sars-CoV2 para que conseguisse produzir proteínas do novo coronavírus.

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Quando injetada no organismo humano, a quimera induz a resposta imune. Por usar duas proteínas do vírus, a vacina seria capaz de driblar mais variantes. "Como várias partes da molécula são reconhecidas, se houver uma mutação aqui ou ali, isso não altera a resposta da vacina", explicou o coordenador do estudo, Ricardo Gazinelli, da UFMG e da Fiocruz, lembrando que o IFA do imunizante está em produção.

E a vacina que a USP de Ribeirão Preto desenvolve com a Farmacore, a Versamune, também usa uma proteína recombinante do SarS-CoV2. Neste caso, no entanto, ela é empacotada em uma nanopartícula que estimula as células T do sistema imunológico. Segundo a Farmacore, vacinas que usam a mesma tecnologia geram imunidade por até 12 anos. Ainda não se sabe se o mesmo efeito será alcançado para o coronavírus.

Ainda sem um nome definitivo, a vacina da Universidade Federal do Paraná também usa proteínas virais recombinantes. São carreadas por biopolímeros biodegradáveis. É uma tecnologia nova, também desenvolvida na UFPR. Os biopolímeros absorvem as proteínas do Sars-CoV2. Mimetizando o vírus, carregam-nas para dentro do organismo. "As vacinas são compostas, basicamente, por dois componentes: o antígeno e o carreador ou adjuvante", explicou o coordenador do estudo da UFPR, Emanuel Maltempi de Souza.

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