A malária é uma doença causada por quatro diferentes tipos de protozoário do gênero Plasmodium. Três deles estão ativos no Brasil. A transmissão acontece de duas formas: por meio da picada de um mosquito que esteja infectado com o protozoário ou por meio do uso incorreto e do compartilhamento de agulhas e instrumentos cortantes. Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios, dores musculares, cansaço, vômitos, convulsões e outros. As informações são da Agência Fapesp.
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A boa notícia é que uma pesquisa conduzida na London School of Hygiene & Tropical Medicine (Inglaterra), em parceria com pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), pode auxiliar na busca de vacinas e novos tratamentos para a malária vivax, responsável por 80% dos casos da doença no Brasil.
Os cientistas já identificaram variações genéticas e uma série de mutações que aumentam a infectividade e a resistência do parasita aos medicamentos antimaláricos. Os resultados foram publicados na revista Nature Communications.
De acordo com o estudo, os isolados sequenciados do sul da Ásia se comportam como uma subpopulação de parasita distinta de outras partes do mundo, apenas compartilhando algumas características com genomas de parasitas da África Oriental e do Sudeste Asiático.
Os cientistas também observaram sinais de seleção positiva associados à resistência a drogas.
"A estrutura populacional dessa espécie está diretamente relacionada ao desenvolvimento de imunidade ao parasita e a maneira como ele se propaga em uma determinada região. O constante surgimento de novas mutações é responsável pelo aumento da resistência aos atuais antimaláricos, agravando ainda mais a situação de controle da doença", explica o professor Cláudio Marinho, um dos coordenadores do estudo e chefe do Laboratório de Imunoparasitologia Experimental do ICB-USP.
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A pesquisadora Jamille Dombrowski, pós-doutoranda e bolsista da FAPESP, participou diretamente dos ensaios em Londres. Ela destacou a importância de combater a malária vivax, da mesma forma que a falciparum, tipo mais grave da doença:
Segundo Dombrowski apesar da "queda no número de casos de infecção por P. falciparum, por conta da maior atenção ao combate desse parasita, houve um aumento dos casos de P. vivax. Em diversos países, principalmente onde o P. vivax é resistente à cloroquina, regimes de tratamento utilizando artemisinina já são comumente utilizados. Isso é muito preocupante, visto que é o fármaco mais potente contra a doença”.
Malária na gestação
O laboratório de Marinho estuda os efeitos da malária vivax em gestantes no Acre, onde a doença é endêmica. Para a pesquisadora, "é importante que se tenha amostras de diferentes regiões para comparação", visando compreender como a doença se comporta ao redor do mundo, além de permitir "monitorar o efeito exercido pelos programas de erradicação da doença sobre as populações de parasitas”.
O trabalho está em fase de conclusão e tem financiamento da FAPESP.
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