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Recado ao STF

"Digo aos canalhas que nunca serei preso", diz Bolsonaro

Em discurso na Av. Paulista, presidente avisa que só deixa o Palácio do Planalto morto

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Imagem ilustrativa da notícia "Digo aos canalhas que nunca serei preso", diz Bolsonaro camera Em discurso na Av. Paulista, Bolsonaro exortou desobediência às decisões do ministro Alexandre de Moraes e desafiou quem o investiga | Reprodução Facebook

O Dia da Independência foi utilizado como palanque para que o presidente Jair Bolsonaro aproveitasse a presença de seus apoiadores para mandar recados diretos a quem considera seus opositores, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Em discurso diante de milhares de apoiadores nesta terça-feira (7), na avenida Paulista, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro repetiu as ameaças golpistas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), exortou desobediência às decisões do ministro Alexandre de Moraes e desafiou quem o investiga. "Digo aos canalhas que nunca serei preso".

"Nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ou esse ministro se enquadra, ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade.", disse o presidente. Que seguiu: "Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro", destacou o presidente em seu discurso.

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Assim como tem dito em discursos no interior do país, Bolsonaro disse que só deixa morto o Palácio do Planalto. O presidente chamou Moraes de "canalha" e voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro, em ataque direto ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Bolsonaro pediu de novo a implantação do sistema do voto impresso na disputa de 2022, apesar de esse projeto já ter sido derrubado pelo Congresso. "Não é uma pessoa que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável, porque não é", afirmou. "Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada ainda pelo presidente do TSE", disse.

DISCURSOS GOLPISTAS

Os atos desta terça-feira foram dominados por discursos golpistas do presidente e por faixas, cartazes e gritos autoritários e antidemocráticos de apoiadores. O STF foi o principal alvo, em especial os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, esse último presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Moraes foi o responsável por decisões recentes contra bolsonaristas que ameaçam as instituições. O ministro tem agido a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República), sob o comando de Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, e da Polícia Federal, órgão subordinado ao presidente.

O Sete de Setembro também foi marcado por um factóide do presidente que envolveu STF e Congresso. Bolsonaro chegou a anunciar uma reunião para a próxima quarta-feira (8), com os presidente de Supremo, Câmara e Senado, mas assessorias de Luiz Fux, Rodrigo Pacheco (Senado) e Arthur Lira (Câmara) disseram que não há nenhuma previsão de reunião.

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