Nas últimas semanas, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sido um dos destaques do governo Bolsonaro. Não exatamente pela gestão à frente da pasta, mas pela revelação de que ele possui movimentações financeiras em paraísos fiscais e que seus rendimentos no exterior tiveram aumento significativo devido à desvalorização do Real frente ao Dólar. Paulo Guedes terá de dar explicações à Câmara e ao Senado sobre o dinheiro no exterior. Enquanto isso, ele está em Washington, onde vai participar da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Paulo Guedes disse nesta terça-feira (12) que atualmente há inflação em todo o mundo, e afirmou que o aumento de preços de alimentos e energia é responsável por metade dos índices no Brasil. "A inflação está em todo o mundo. Metade da inflação é exatamente comida e energia. Por isso, nossa proteção [social] ainda está lá. Vamos manter essa proteção. Vamos aumentar a transferência direta de renda para população pobre para cobrir os preços dos alimentos e da energia", afirmou Guedes em entrevista à CNN Internacional.
O governo espera lançar em novembro o Auxílio Brasil, programa social substituto do Bolsa Família. O plano é elevar o benefício médio para cerca de R$ 300 por mês. O valor médio do Bolsa Família é de aproximadamente R$ 190 mensais. O IPCA, índice oficial de inflação do país, atingiu 1,16% em setembro e acumula alta de 10,25% em 12 meses. O indicador anualizado é quase o dobro do teto da meta de inflação perseguida pelo BC, Banco Central, de 5,25%.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) avalia que a inflação no mundo deve seguir em alta até o fim de 2021, mas arrefecer no ano que vem e retornar a níveis pré-pandemia. Guedes está em Washington, capital dos Estados Unidos, para participar da reunião anual do FMI.
Na entrevista, o ministro foi questionado sobre a condução do Brasil no combate ao novo coronavírus e a marca de mais de 600 mil mortos pela Covid-19. Ele disse que as declarações de que o país não priorizou preservar vidas são "barulho político". Segundo Guedes, o foco do país foi salvar vidas e, em segundo lugar, vacinar a população em massa. "Gastamos mais salvando vidas que vocês [Estados Unidos]. Gastamos mais dinheiro salvando vidas que países desenvolvidos. 10% mais. E usamos o dobro de gastos para preservar vidas que a média dos países emergentes", afirmou.
Em outra entrevista, ao canal Bloomberg, Paulo Guedes disse que o governo só considera estender o auxílio emergencial caso surja uma nova variante da Covid-19. A última parcela do benefício será paga em 31 de outubro.
“Se tivermos um aumento na doença, faremos o mesmo que antes: nós aumentaremos os gastos com proteção para os mais vulneráveis. Mas não é isso o que está acontecendo, com vacinação em massa e volta segura ao trabalho”, disse.
Questionado sobre a informação de que ele mantém recursos em um paraíso fiscal, Guedes voltou a dizer que a offshore nas Ilhas Virgens Britânicas é legal, foi declarada e informada à comissão de ética da Presidência da República. Além disso, lembrou que se afastou da gestão da empresa antes de assumir o cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro. "Eu não fiz nada de errado", disse o ministro.
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