Um dos destinos mais procurados por ricos e famosos de todo o Brasil e que se tornou sinônimo de ostentação em razão das praias e espaços com um dos metros quadrados mais caros é Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O local está tão em vista que até visitantes indesejáveis foram vistos por lá.
No último dia 13 de outubro, três surfistas se surpreenderam ao avistar um enorme tubarão na Praia Central de Balneário Camboriú. O animal, curioso, chegou a se aproximar de um deles, mas logo foi embora. Este já é o segundo avistamento de tubarão na região.
De acordo com os especialistas, as obras de alargamento da faixa de areia na praia, iniciadas em agosto deste ano, têm aumentado a oferta de alimentos para esses animais.
Desde o dia 22 de agosto, a prefeitura de Balneário Camboriú tem realizado uma grande obra para o alargamento da faixa de areia da Praia Central. Em entrevista à CNN, o geógrafo e curador do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Jules Soto, disse que muito provavelmente o aparecimento destes animais se deve ao distúrbio provocado pela dragagem dos últimos dois meses.
Segundo Soto, os tubarões são animais sensíveis a qualquer alteração no ecossistema. À medida que as dragas revolvem os bancos de areia, espécies menores, como camarões, são retiradas do sedimento, então, os peixes são atraídos e os tubarões aparecem para se alimentar deles.
Em 16 de setembro, um tubarão com cerca de dois metros de comprimento foi avistado no local e posteriormente identificado como o tubarão-martelo juvenil de pontas pretas.
O tubarão avistado na semana passada fugiu logo após esbarrar em um dos surfistas e por isso os especialistas não conseguiram determinar sua espécie. A secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, disse, em entrevista que a mudança no conjunto de seres vivos, flora e fauna que habitam a região já era esperada mas, segundo ela, desde que as obras para expansão da praia começaram, apenas tartarugas e cetáceos haviam sido avistados.
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Além disso, Lenzi ressaltou serem espécies que ocorrem naturalmente na região. "Já era esperado alteração na biota. Por isso estamos monitorando. Mas até agora não temos nenhum dado que relacione um impacto negativo de grande magnitude", acrescentou.
A obra da faixa de areia da praia, iniciada em agosto, pretende ampliar a atual média de extensão de 25 metros para 70 metros. De acordo com a prefeitura, o trabalho garantirá a proteção da orla contra o avanço do mar.
O geógrafo Jules Soto acredita que a obra possa ser positiva para a biodiversidade da região. Segundo ele, o engordamento da praia poderia recuperar um ecossistema até então em declínio na região. Soto também acrescentou que, ao fim deste processo de alargamento, os tubarões não devem mais se aproximar tanto à costa. Apesar do susto, não há motivos para alardes, pois espécies de tubarões agressivas são raras e não são típicas das praias de Santa Catarina.
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