O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou, na noite desta quinta-feira (21/10), que o Brasil “está na iminência de um novo reajuste de combustível”. O chefe do Executivo admitiu em sua live semanal que gasolina e diesel “estão caros”, mas que vem mais por aí.
“Não precisa ser mágico pra descobrir isso aí. É só ver o preço do petróleo lá fora e quanto está o dólar aqui dentro. Nós ainda dependemos da importação de diesel, de parte da gasolina também. E se não reajustar, falta. A inflação é horrível? É péssima, mas pior ainda é o desabastecimento”, disse o presidente da República.
Bolsonaro falou do aumento dos combustíveis ao defender o auxílio que o governo prepara para os caminhoneiros, que têm greve marcada para o dia 1º de novembro.
“Como está na iminência de um novo reajuste de combustível, o que nós buscamos fazer? Acertado com a equipe econômica. Alguns não querem, outros acharam que era possível: dar um auxílio para os caminhoneiros. Isso é o possível; mais de R$ 3 bi ao longo de um ano, mas dentro do Orçamento”, discursou Bolsonaro.
Sem comentar diretamente a debandada no Ministério da Economia, Bolsonaro disse que “tem secretário que quer fazer valer sua vontade, então ministro deu decisão, vamos gastar dentro do teto, as reformas continuam, a Administrativa, a Tributária, como foi feita a da Previdência lá atrás”.
Caminhoneiros não gostaram
A criação de um “auxílio-diesel” direcionado aos caminhoneiros desagradou a categoria e não impedirá a greve marcada para o dia 1º de novembro. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), “caminhoneiros não querem esmola, querem dignidade”.
A proposta do governo prevê subsídio de R$ 400, que começará a ser pago em dezembro de 2021 e se encerrará em dezembro de 2022, na tentativa de compensar a disparada dos preços dos combustíveis. O valor, contudo, não é o suficiente para cobrir nem metade dos gastos da classe, segundo líderes de associações.
“Caminhoneiro não faz nada com R$ 400, com diesel na média de R$ 4,80. Os R$ 400 propostos pelo presidente não atendem as demandas dos caminhoneiros. Manteremos nossas demandas e greve em 1º de novembro”, afirmou o organizador da paralisação de 2018, Wallace Landim, conhecido popularmente como Chorão.
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