O Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (4) que é o primeiro país do mundo a autorizar o molnupiravir, o tratamento em comprimidos contra a Covid-19 desenvolvido pelo laboratório americano Merck Sharp & Dohme (MSD).
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"Hoje é um dia histórico para nosso país, porque o Reino Unido é agora o primeiro país do mundo a aprovar um antiviral contra a Covid-19 que pode ser tomado em casa", afirmou o ministro da Saúde, Sajid Javid, em um comunicado.
"Isto mudará a situação para os mais vulneráveis e os imunodeprimidos, que em breve poderão receber o tratamento revolucionário", acrescentou.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) recomendou que o medicamento seja usado após a pessoa ser dianosticada com Covid-19 e dentro de cinco dias após o início dos sintomas.
Este é o primeiro tratamento antiviral oral para Covid-19 a ser aprovado, antes da autorização regulatória dos EUA -conselheiros americanos se reunirão neste mês para deliberar sobre o uso do molnupiravir.
A droga, que será chamada de Lagevrio na Grã-Bretanha, tem sido observada de perto desde que os dados no mês passado mostraram que ela pode reduzir pela metade o risco de hospitalização e morte para pacientes que podem desenvolver Covid grave, desde que administrada no início da doença.
O governo britânico e o Serviço Nacional de Saúde do país vão confirmar como o tratamento será implantado nos pacientes no devido tempo.
O Reino Unido tem hoje um dos quadros mais graves do mundo em contágios por Covid-19. O país contabiliza mais de 140 mil mortes por coronavírus e registra atualmente um aumento dos casos, com quase mil hospitalizações por dia.
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Embora o número seja menor do que o registrado nos momentos mais severos da pandemia, as autoridades temem que a situação piore com a chegada do inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).
No mês passado, a Grã-Bretanha fez um acordo com a Merck para garantir 480 mil pílulas de molnupiravir.
Em um comunicado separado, a Merck disse que esperava produzir 10 milhões do medicamento até o final deste ano, com pelo menos 20 milhões programados para serem fabricados em 2022.
As ações da farmacêutica sediada nos EUA subiram 2,1% (US$ 90,54) antes da abertura do mercado.
No Brasil, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) negocia produzir para o SUS o antiviral. O laboratório público ainda discute termos do acordo com a empresa e aguarda estimativa do ministério sobre a demanda pelo medicamento.
O Ministério da Saúde espera aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial ou registro definitivo da pílula.
Após essa etapa, a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) ainda deve avaliar se o produto será ofertado na rede pública.
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