O delegado da Polícia Federal (PF), Franco Perazzoni, foi retirado da operação que tem como principal alvo o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles . O trabalho do delegado foi encerrado pelo superintendente da PF no Pará, Wellington Santiago.
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Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, Perazzoni, que é lotado na superintendência do Distrito Federal, foi mantido à frente da investigação mesmo quando o caso saiu do Supremo Tribunal Federal (STF) e passou à primeira instância, ficando sob a responsabilidade da PF no Pará. A publicação explica que o delegado permaneceu no inquérito, inicialmente, após um pedido de ajuda da chefia do estado nortista, no fim de setembro.
Pouco depois, no entanto, o departamento paraense mudou de ideia. Santiago encaminhou um novo ofício à PF no DF para explicar que a superintendência no Pará já não precisava da ajuda, pois estava "apta" a prosseguir com o caso. Essa mudança foi concomitante ao período em que ele recebeu um convite para ser adido da PF na Colômbia.
Com o recuo da PF no Pará, o novo chefe da corporação no Distrito Federal, delegado Victor César Carvalho dos Santos, respondeu em outro despacho. Conforme conta o Painel, o superintendente disse que antes o comando no Pará "abriu mão" de conduzir a apuração e que a mudança na chefia do DF não era motivo aceitável para trocar o delegado à frente do caso.
"Nossa interpretação do despacho, levando em conta o princípio de que a Polícia Federal é uma Polícia Nacional e que seus recursos humanos e materiais são iguais em todo território nacional, trazendo com isso a certeza de que a investigação sob análise não sofrerá prejuízo, é que a PF do Pará está 'avocando' a investigação, deixando claras as justificativas para isso", declarou Santos para pontuar a intenção de tirarem Franco Perazzoni da apuração.
A deflagração da operação Akuanduba , em maio, foi criticada pela cúpula da PF. Depois dela, Perazzoni teve sua promoção barrada pelo diretor-geral do órgão, Paulo Maiurino. Outra consequência das ações adotadas por Perazzoni foi o incômodo da cúpula do órgão com o então chefe da PF no Distrito Federal, Hugo Correia. Com isso, menos de cinco meses após assumir o posto, Correia foi substituído por Santos, atualmente no cargo.
Operação Akuanduba
Então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles foi alvo de busca e apreensão na operação deflagrada em maio deste ano. Ele é alvo de uma ação que apura suspeitas de crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando na exportação ilegal de madeira. No mesmo processo, o então presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, foi afastado do cargo.
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