O brasileiro que passou pela África do Sul e testou positivo para a Covid-19 após desembarcar no aeroporto de Guarulhos está em isolamento em casa, segundo a prefeitura da cidade da Grande São Paulo, onde ele reside.
Covid-19: veja o que se sabe da variante Ômicron
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o teste do passageiro de 28 anos foi encaminhado para sequenciamento no Instituto Adolfo Lutz. O resultado, que dirá se ele está infectado ou não pela variante ômicron , deve ser divulgado até esta terça-feira (30).
Em nota, a Vigilância Epidemiológica do estado afirmou que foi informada no domingo (28) que um passageiro vindo da Etiópia testou positivo para Covid-19 no aeroporto de Guarulhos e que o caso é acompanhado pela vigilância do município de Guarulhos, onde o paciente mora.
O órgão afirma ainda que ele tem esquema vacinal completo e está em isolamento desde o desembarque. O passageiro não apresentava sintomas e, por ter passado pela África do Sul –país onde a nova variante foi primeiro identificada–, buscou a testagem no aeroporto.
"O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de São Paulo e a Anvisa já solicitaram à companhia aérea a lista dos passageiros para auxiliar na detecção e rastreio dos eventuais contactantes", afirmou a Secretaria Estadual da Saúde.
Mais cedo, durante evento no TCM (Tribunal de Contas do Município), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que a cidade está se preparando para fazer o acompanhamento de possíveis casos, como fez com a variante delta, que teve o primeiro paciente confirmado com a cepa em julho.
A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que realizaria nesta segunda-feira uma reunião com toda a equipe técnica da pasta, a vigilância em Saúde e diretores de hospitais para discutir como fortalecer o monitoramento.
"Trata-se de um trabalho contínuo de avaliação da pandemia que, nesta segunda-feira, dará atenção especial à nova variante descoberta, dentro das atribuições e alcance das autoridades municipais de saúde", afirmou a secretaria, em nota.
A secretaria disse ainda que, além da coleta de amostras, enviadas semanalmente para análise, sequenciamento genômico e monitoramento dos casos, a cargo dos institutos Butantan, de Medicina Tropical da USP, e Adolfo Lutz, serão feitas coletas de pacientes suspeitos (sintomáticos) vindos da África e dos demais países informados pelo Ministério da Saúde.
"Toda a rede de saúde da cidade já foi orientada a questionar todo paciente sintomático se esteve na África nos últimos 14 dias e, se a resposta for sim, então a amostra coletada será encaminhada para o sequenciamento", diz trecho da nota.
Segundo a secretaria municipal, quem apresentar sintomas da doença terá a amostra coletada e encaminhada para genotipagem. "Na semana passada, a prefeitura já ampliou a atividade de pesquisa e genotipagem com o Instituto Butantan realizando, em locais de grande circulação, coletas aleatórias de pacientes assintomáticos", afirmou.
"Estamos com a nossa equipe em alerta com todas as análises e acompanhamento, como é praxe aqui na cidade de São Paulo", disse o prefeito. Segundo ele, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, conversou nesta segunda com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre possíveis ações.
Ao jornal Folha de S.Paulo, Aparecido afirmou que por enquanto descarta montar barreiras sanitárias nos três terminais rodoviários da cidade e no aeroporto de Congonhas, como ocorreu entre maio e outubro, por causa da variante delta, em que cerca de 8.000 passageiros foram monitorados.
"Estamos conversando com o Ministério da Saúde e com o governo do estado para monitorar a situação", disse Aparecido.
Sobre a liberação do uso de máscaras em locais abertos, Nunes afirmou que vai esperar resultados de um inquérito sorológico, que deverá ser entregue até o próximo dia 5, para saber se vai seguir o governo do estado, que pretende flexibilizar a utilização do item de proteção no dia 11. "Sempre fizemos ações baseadas nos estudos da Vigilância Sanitária", disse.
"Se a secretaria [de Saúde] falar para adiar, vou adiar", afirmou.
Ao ser perguntado sobre o cancelamento do Réveillon em Salvador, Nunes disse que vai esperar dados técnicos mas que hoje não há a necessidade de agir. "Estamos atentos. Se houver qualquer risco sanitário para a cidade de São Paulo, não terei problema nenhum para cancelar qualquer situação", disse.
Questionado sobre a possibilidade de adiar a flexibilização das máscaras, o governo João Doria (PSDB) afirmou que o uso obrigatório continuará em ambientes fechados e no transporte público.
"Toda e qualquer medida adotada no Estado para enfrentamento da pandemia é precedida por análises técnicas junto ao Comitê Científico e ao PEI [Plano Estadual de Imunização], à luz dos indicadores da doença", afirma a Secretaria Estadual da Saúde, em nota.
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