plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home
IMPORTAÇÃO

Guerra na Ucrânia vai deixar o pão mais caro no Brasil

O Brasil é um dos maiores importadores de trigo do mundo. Um conflito entre gigantes do setor, como é o caso dos russos e ucranianos, abala o mercado

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Guerra na Ucrânia vai deixar o pão mais caro no Brasil camera Preço do pão deve subir devido à dependência do Brasil da importação de trigo de países como a Rússia e a Argentina | Wagner Almeida - Diário do Pará

Com Rússia e Ucrânia –dois dos principais produtores e exportadores de trigo do mundo– em guerra, os preços do pãozinho nas padarias e de alimentos dependentes do cereal em sua produção devem subir devido à alta dependência do Brasil da importação.

Quanto vai subir? Isso é incerto, dependendo da duração do conflito no Leste Europeu e de fatores como o comportamento do dólar. Depois de recuar a R$ 5 na quarta-feira (23), a moeda norte-americana subiu a R$ 5,10 nesta quinta (24).

O Brasil é um dos maiores importadores de trigo do mundo, tendo de buscar em outros países, especialmente a Argentina, 60% do que consome, segundo a Abitrigo (Associação Brasileira das Indústrias de Trigo).

Com isso, qualquer conflito entre gigantes do setor, como são os casos de russos e ucranianos, abala o mercado. Neste ano, os embarques rumo ao Brasil somarão 6,5 milhões de toneladas, 85% deles provenientes da Argentina.

“O preço do trigo subiu muito nos últimos dias no mercado internacional, a Bolsa de Chicago chegou a fechar a área de trigo [nesta quinta] porque chegou no limite. Com Rússia sendo primeiro exportador mundial e Ucrânia o quarto, no mercado internacional a perspectiva de uma alta do produto elevou o preço em todos os mercados”, disse Rubens Barbosa, presidente da Abitrigo.

Logo na abertura do mercado na cidade norte-americana, o trigo atingiu US$ 9,26 por bushel (27,2 quilos), 5,7% mais que o fechamento da véspera. Para Barbosa, a previsão é que nos próximos quatro ou cinco meses o preço continue subindo, para estabilizar ou cair a partir de julho/agosto, quando começará a entrar a safra do hemisfério norte.

“Mas tudo dependerá da extensão da guerra. O trigo é um problema sério, ficamos na dependência, muito vulneráveis. É pandemia, frete, agora essa questão bélica, que nada tem a ver com a gente.”

Apesar disso, a associação não projeta a possibilidade de desabastecimento nos próximos meses, pois as negociações da atual safra já foram efetuadas.

Outro problema que pode encarecer o trigo –e outras culturas– é a incerteza em relação aos fertilizantes. A Rússia está entre os maiores produtores de cloreto de potássio e outros produtos nitrogenados para fertilizantes.

Pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e docente da Esalq/USP, Lucilio Alves disse que, embora os países envolvidos diretamente na guerra sejam Rússia e Ucrânia, os preços da Argentina subirão, impactando o Brasil. “Os preços internacionais sobem e o da Argentina vai subir porque, se não subir, outros mercados passarão a demandar mais produtos da Argentina. Isso acabaria causando reação também”, afirmou.

Para chegar ao consumidor, o preço deverá levar “algumas semanas ou mais”, na avaliação de Alves. “O moinho tem de absorver e repassar ao próprio derivado do trigo. No repasse, incorpora outros tipos de custos, então esse repasse não é imediato. Depois tem o atacado e o varejo e, só depois, aí sim o consumidor. Num contexto médio nacional é para termos um certo delay.”

O setor de panificação projeta que os aumentos que já têm ocorrido nos últimos meses seguirão, mas ainda por efeito da oscilação cambial, não da guerra.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias