O Ministério da Saúde recomendou ontem (23) a quarta dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas com 80 anos ou mais. A aplicação deve ser realizada com intervalo de quatro meses da aplicação da terceira dose. A preferência é pela vacina da Pfizer. As vacinas da Janssen ou AstraZeneca devem ser utilizadas de maneira alternativa.
O jornal Folha de S.Paulo já havia adiantado que a recomendação seria publicada ainda nesta semana.
Segundo nota técnica da pasta, os dados epidemiológicos apontam para o aumento de casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) por Covid na faixa etária com 80 anos de idade ou mais, sendo que há tendência de a vacina perder a efetividade com o tempo.
“Alguns estudos têm demonstrado a redução da efetividade das vacinas contra a Covid-19 a partir de 3 a 4 meses de sua aplicação e de maneira mais pronunciada após 5 meses. A redução da efetividade das plataformas vacinais em idosos pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento natural do sistema imunológico. Logo, estratégias diferenciadas para garantir a proteção neste grupo específico devem ser sempre reavaliadas”, disse a nota.
A assessoria de imprensa da pasta disse, por meio de nota, que há quantitativo suficiente de vacinas para a aplicação nesse grupo.
A quarta dose já vinha sendo estudada pela pasta. Em fevereiro, entretanto, a Saúde não a recomendou por entender que ainda não havia dados científicos que comprovassem a sua necessidade. Desde dezembro de 2021, o ministério recomenda a quarta dose para pessoas imunocomprometidas que tenham 18 anos ou mais.
A ampliação para o grupo de 12 anos ocorreu em fevereiro deste ano. Está nesse público, por exemplo, quem está passando por quimioterapia contra o câncer, fez algum tipo de transplante de órgão ou de células-tronco, vive com HIV/Aids ou faz hemodiálise.
Alguns estados já começaram a aplicação da quarta dose antes mesmo da recomendação da pasta. Os estados e municípios não são obrigados a seguir as recomendações do governo federal e podem elaborar regras próprias para o combate à pandemia, como reforçou o STF (Supremo Tribunal Federal) em decisão de 2020.
OUTROS PAÍSES
A quarta dose vem sendo adotada também em outros países. A nota técnica do Ministério da Saúde destaca que estudos recentes desenvolvidos em Israel demonstraram que, após a aplicação de uma quarta dose, houve aumento de anticorpos após uma semana.
Com base nessa análise, o governo de Israel iniciou em janeiro deste ano a aplicação dessa dose de reforço em pessoas com 60 anos ou mais. De maneira geral, os efeitos adversos que ocorrem com as doses de reforço da vacina são leves, e espera-se que o mesmo seja observado com a aplicação da quarta dose.
No estudo de Israel com 274 voluntários, os principais eventos adversos foram locais (80%), desaparecendo em até dois dias. Estudos mostram também que a frequência de eventos adversos pós-vacinação diminui com os reforços. Isso não significa que eles devam ser negligenciados.
A França também anunciou uma quarta dose da vacina contra Covid para pessoas com mais de 80 anos que receberam a dose de reforço há mais de três meses. O anúncio foi feito após um repique de casos.
Na Alemanha, a comissão de vacinação recomendou uma quarta dose, após seis meses da terceira, para grupos de risco, como aqueles com mais de 70 anos, imunossuprimidos, pessoas que vivem e trabalham em casas de repouso e profissionais de saúde.
Nos EUA, a Pfizer tenta autorização da FDA (agência americana de regulação de drogas e alimentos) para uma quarta dose de sua vacina em pessoas com 65 anos ou mais.
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