Com as duas usinas e uma terceira em construção, o parque nuclear de Angra dos Reis tem 2.013 megawatts (MW) de capacidade instalada, o equivalente a 1,1% da matriz energética brasileira. Apenas Angra 1 produz 640 megawatts de potência, energia suficiente para suprir uma uma cidade de 1 milhão de habitantes, como Belém e Maceió, no estado de Alagoas.
Por conta das fortes chuvas que assolam o Rio de Janeiro, o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, pediu à Eletronuclear para desligar as duas usinas nucleares do município. Nas últimas 48 horas, o estado registrou 16 mortes, oito em Angra, sete pessoas da mesma família em Paraty, litoral fluminense, e uma em Mesquita, Baixada Fluminense. Segundo o Corpo de Bombeiros, 10 pessoas ainda estão desaparecidas em Angra e Paraty.
Através das redes sociais, o gestor municipal alegou que, com as principais vias do município interditadas, não seria possível colocar um plano de emergência em ação em caso de acidentes.
O prefeito aguarda o governador Cláudio Castro (PL), para sobrevoar as áreas mais atingidas do município, como Monsuaba e Ilha Grande. Jordão pediu ao ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, que a CCR, concessionária da Rio-Santos, seja a responsável pela limpeza da rodovia.
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Por meio de nota, a Eletronuclear informou que o plano de emergência para a central nuclear de Angra não está comprometido. Leia a íntegra:
A Eletronuclear esclarece que o Plano de Emergência Externo (PEE) para o caso de emergência na central nuclear de Angra dos Reis não está comprometido por conta das quedas de barreiras nas estradas da Costa Verde.
Primeiramente, é preciso explicar que, se fosse necessária, a evacuação de trabalhadores da empresa e da população seria feita pela BR-101 RJ Sul, tanto no sentido de Angra dos Reis quanto no de Paraty. Acontece que as obstruções verificadas nessa estrada estão fora das Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE) previstas no PEE.
Segundo os procedimentos estabelecidos no plano, em caso de emergência, a evacuação poderia abranger pessoas localizadas num raio de até 5 km da central, que seriam levadas para abrigos situados a até 15 km das usinas. Esses abrigos também não foram atingidos pelas chuvas ou por deslizamentos de terra. Dessa forma, no momento, a ação poderia ser realizada com total eficácia.
Além disso, cabe ressaltar que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) – órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro – emitiu nota afirmando que, “apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento não há comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do Plano de Emergência”.
Por fim, a Eletronuclear reitera que as usinas nucleares Angra 1 e 2 estão operando normalmente, a plena capacidade, gerando energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
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