Há quase um século o 1º de maio, Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, é feriado no Brasil. Foi incorporado ao calendário oficial em 1925, embora já existisse uma representatividade antes. A ocasião é comemorativa em em 157 países ocidentais, entre eles Estados Unidos e México, que celebram a data deste o final do século XIX. O 1º de maio é símbolo da luta sindical em favor da garantia de direitos dos trabalhadores ao redor do mundo e pelo fim da precarização das atividades laborais.
A data para comemorar o Dia do Trabalho não foi escolhida aleatoriamente. Faz homenagem à manifestação de operários estadunidenses, que em 1º de maio de 1886, foram às ruas das grandes cidades do país para reclamar a redução da carga horária máxima de trabalho por dia e a não diminuição do salário.
Durante o século XIX, com a solidificação da Revolução Industrial iniciada no século anterior, tornou-se comum, nas fábricas dos países industrializados, jornadas de trabalho superiores a 12 horas por dia, sete dias por semana. Os salários eram baixos e as condições de segurança do trabalho eram insalubres, sendo comum a ocorrência de acidentes no âmbito laboral.
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Greve geral
A dita manifestação dos trabalhadores paralisou os parques industriais da cidade de Chicago, Detroit e outras municipalidades do nordeste dos Estados Unidos. Foi chamada de "A greve geral de 1º de maio de 1886". Na capital do estado de Illinois, houve forte repressão policial, que estimulou a continuidade da paralisação dos operários de fábricas americanas.
Em 4 de maio do mesmo ano, houve uma manifestação de trabalhadores na praça Haymarket, em Chicago. Explodiram uma bomba (até hoje não se sabe quem o fez) que matou sete pessoas e deixou dezenas de feridos, incluindo policiais e trabalhadores. Com isso, os policiais atiraram contra os manifestantes, causando o óbito de dezenas de outras pessoas.
Logo após esse protesto, a reação contra os trabalhadores foi extremamente repressiva. Os líderes do movimento trabalhista de Chicago foram presos; quatro deles foram condenados – sem provas de sua culpa – à morte. O ato brutal fez com que os anarcossindicalistas, mortos em 1887, ficassem conhecidos como Mártires de Chicago.
A data 1º de Maio, no entanto, só tornou-se feriado em 1919, na França, após a jornada de oito horas diárias ter sido ratificada por lei. Em seguida, esse dia transformou-se em feriado também na Rússia, no ano de 1920.
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1º de maio no Brasil
No Brasil, a alusão ao dia 1º de maio começou na década de 1890, durante o processo de desenvolvimento da indústria brasileira. Nesse período, com a estrutura política do país já sendo República, movimentos trabalhistas começaram a ser formados, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, com ideologias inspiradas no anarcossindicalismo, de matriz italiana, e no comunismo.
Embora existam registros de manifestações operárias já no fim do século XIX, a data no país só foi decretada em 1924, pelo então presidente Artur Bernardes (1875-1955). No entanto, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) só foi sancionada alguns anos depois, na gestão de Getúlio Vargas (1882-1954), durante o período do Estado Novo.
Revolução Industrial e 1º de maio
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, foi um dos acontecimentos mais importantes para a instauração do dia 1º de maio. O processo de industrialização alastrou-se para além das fronteiras inglesas, alcançando outros países e continentes. Foi através desse período de intenso desenvolvimento tecnológico que grandes centros urbanos foram formados, o que gerou a concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho nutria as indústrias.
A burguesia industrial aproveitou-se da situação para explorar a classe operária que era mantida com baixos salários, jornadas de trabalho excessivas em ambiente insalubre. Nesse contexto, surgiram os sindicatos e os movimentos de trabalhadores, orientados por ideologias de esquerda, como o anarquismo (anarcossindicalismo) e o comunismo, que tinham como objetivo protestar por mudança nas jornadas de trabalho.
Mercadinhos: comodidade e história para contar
Tal ação alcançou suas primeiras conquistas em 1802. Apontada como a primeira lei trabalhista, o Moral and Health Act foi promulgado na Inglaterra por iniciativa do então primeiro-ministro, Robert Peel, que implementou medidas importantes para a época: duração máxima da jornada de trabalho infantil em 12 horas e proibição do trabalho noturno.
Mas foi só em 1881 que foram criadas leis sociais voltadas para a segurança do trabalhador. A iniciativa foi tomada pelo chanceler alemão Otto von Bismarck, que obrigou as empresas a subscreverem apólices de seguros contra acidentes de trabalho, incapacidade, velhice e doenças, além de reconhecer sindicatos.
Na América, a Constituição do México, promulgada em 1917, foi a primeira da história a prever a limitação da jornada de trabalho para oito horas, a regulamentação do trabalho da mulher e do menor de idade, férias remuneradas e proteção do direito da maternidade. Logo após a partir de 1919, as Constituições dos países europeus instauraram esses mesmos direitos.
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