Leandro Bossi desapareceu em 15 de fevereiro de 1992, quando tinha sete anos, durante um show realizado na cidade de Guaratuba (PR). O inquérito policial sobre o desaparecimento dele nunca foi concluído. O caso do menino loiro de olhos azuis ganhou repercussão na época, após o desaparecimento de outras crianças da mesma região, incluindo o caso do garoto Evandro Caetano, de 6 anos, desaparecido dia 06 de abril no mesmo município que ganhou repercussão nacional. Ambos desapareceram no mesmo ano.
Trinta anos após o desaparecimento do menino Leandro Bossi na cidade de Guaratuba, no litoral paranaense, a ossada do garoto foi identificada pela polícia do estado. A informação foi dada pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SSP-PR) na tarde desta sexta (10).
Segundo o órgão, a ossada encontrada tem 99,9% de compatibilidade com o DNA da mãe do garoto. Um resultado que, segundo o secretário de segurança pública, tem "compatibilidade total" com a vítima.
Até o momento, as condições e o local no qual a ossada foi encontrada não foram informados. Segundo a delegada Patrícia Nobre, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), esses detalhes só serão divulgados posteriormente.
"Essas respostas [sobre a ossada] têm que ser dadas posteriormente pela Polícia Científica juntamente com os levantamentos dos inquéritos do que aconteceu nesses 30 anos anteriores. Não posso falar por investigações que aconteceram antes de assumirmos a unidade", apontou.
A delegada também contou que a mãe de Leandro foi informada sobre a identificação antes da coletiva de imprensa. "Ela ficou bem emocionada, como não poderia deixar de ser, mas agradeceu, agradeceu bastante, porque mesmo 30 anos depois é bastante emotivo ter uma resposta", disse.
"No ano passado, foram enviadas para a Polícia Federal em Brasília oito amostras ósseas que estavam na guarda da Polícia Científica relativas a crianças desaparecidas", relatou o secretário de Segurança Pública do Paraná Wagner Mesquita. Segundo a SSP-PR, também foi coletado o material genético de três mães, dentre elas, a mãe de Leandro Bossi. "Agora tivemos resultado positivo, fazendo o confronto de uma das amostras, indicou a compatibilidade do material genético para a ossada de Leandro Bossi", completou Mesquita.
Sobre o tempo necessário para que a identificação tenha sido possível, o perito responsável pelo caso, Marcelo Malaghini, alegou que a tecnologia disponível hoje é muito diferente do que se tinha à disposição há três décadas, quando foram feitas as primeiras análises de materiais genéticos que pudessem ajudar a esclarecer o caso.
"Naquela época não havia laboratórios de polícia no Brasil, hoje temos um potencial em análises genéticas, principalmente com esta possibilidade", disse o profissional, que também é coordenador do Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica.
Atualmente, o Banco Genético nacional ainda detém cerca de 5 mil restos mortais não identificados. Cerca de 6 mil pessoas já forneceram amostras de DNA visando a identificação de possíveis familiares.
No Paraná, segundo o governo do estado, cerca de 900 casos de desaparecimento de crianças foram registrados nos últimos quatro anos. 26 seguem desaparecidas.
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