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Sangue não é de Dom e exame para Bruno foi inconclusivo

"A possibilidade de ser originada de Bruno restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares", disse a corporação em nota.

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Imagem ilustrativa da notícia Sangue não é de Dom e exame para Bruno foi inconclusivo

A Polícia Federal do Amazonas anunciou nesta quinta-feira (16) à noite que as amostras coletadas no barco do principal suspeito do caso envolvendo as mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foram analisadas. O sangue testado não é de Dom, mas voltou "inconclusivo" para Bruno.

"A possibilidade de ser originada de Bruno restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares", disse a corporação em nota. A PF informou que obteve um "perfil genético completo, de indivíduo do sexo masculino", mas ainda não o atribuiu a alguém.

Na noite desta quarta-feira (15), o pescador Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como "Pelado", confessou à PF ter matado e enterrado os corpos de Bruno e Dom, que estavam desaparecidos desde 5 de junho no Amazonas.

Amarildo afirmou à polícia que esquartejou e enterrou os corpos do jornalista britânico e do indigenista. No seu depoimento, ele disse ter contado com a ajuda de outras pessoas e foi o pescador quem levou a PF até os corpos -que estavam a mais de 3 km da área do crime.

As vísceras encontradas no rio também foram analisadas nesta quinta-feira, mas não foi possível encontrar um DNA humano. "Esse resultado pode ser devido à degradação do DNA autossômico ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos", falou a nota.

A corporação informou ainda que a embarcação que Bruno e Dom usaram não foi localizada, apesar de "buscas exaustivas".

Os corpos encontrados no Amazonas foram levados nesta quinta pela PF para Brasília, onde serão periciados e eventualmente identificados. Essa análise começará nesta sexta-feira (17), "com previsão de conclusão na próxima semana".

O delegado Guilherme Torres da Polícia Civil do Amazonas afirmou, logo após coletiva de quarta-feira, que "tudo leva a crer" que os restos humanos encontrados são de Dom e Bruno. Segundo ele, para chegar ao local indicado por Amarildo, a equipe saiu de Atalaia do Norte e navegou por 1h40 pelo rio Itaguaí, depois caminhou por 25 minutos pela mata, até encontrar a região onde o material foi desenterrado.

Apesar da confissão, o envolvimento de outras pessoas não está descartado e a PF tem outro suspeito principal no crime: Oseney de Oliveira, conhecido como Do Santos. Ele é irmão de Amarildo e foi preso na terça (14), mas negou qualquer envolvimento no duplo homicídio.

Durante coletiva de imprensa essa semana, o delegado Eduardo Alexandre Fontes, superintendente regional da PF no Amazonas, disse que Dom e Bruno teriam sido perseguidos por criminosos em uma lancha, que chegaram a realizar "disparo de arma de fogo" contra a dupla.

QUEM SÃO AS VÍTIMAS?

Dom era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.

O jornalista conheceu Bruno em 2018, durante uma uma reportagem para o Guardian. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.

Já Bruno era servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio). Era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros. Em entrevista ao UOL, o líder indígena Manoel Chorimpa afirmou que o indigenista estava preocupado com as ameaças de morte que vinha sofrendo.

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