O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, foi acusado de assédio sexual a funcionárias durante viagens e eventos da estatal.
Em sua carta de demissão, ele negou as acusações e declarou que combateu o assédio dentro do banco. Acrescentou que foi colocado em uma "situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”.
Dossiê revela assédio do presidente da Caixa contra mulheres
As denúncias sobre assédios cometidos pelo ex-presidente da Caixa deram força para que funcionárias revelassem outros casos ocorridos dentro do banco estatal.
Uma funcionária da Caixa há 11 anos e gerente de agência há 7 anos em uma capital do país, que preferiu não se identificar, afirma que a entrada de Guimarães na chefia do banco trouxe uma naturalização da cultura do assédio.
Funcionária detalha assédio contra presidente da Caixa
"É como se o gerente que assediava ganhasse uma estrelinha no currículo", diz.
Ela relata que participou de reuniões de alto escalão em que as demais mulheres que não estavam presentes eram citadas como "aquela gostosa" e outras referências de cunho sexista.
Também contou que, durante a gestão de Guimarães, passou por algumas situações de assédios cometidos por colegas.
Em abril de 2020, quando a maioria dos funcionários estava de home office por causa da pandemia, a funcionária foi chamada no Teams (ferramenta adotada pela Caixa para facilitar o trabalho em equipe). Passava das 18h e a funcionária não estava mais no seu horário de trabalho. "Boa noite. Está podendo falar?". Era um superior que interpelava, e ela respondeu assertivamente. "É algo importante...esses dias de home office, trabalha de calça e blusa normal ou de shortinho e blusinha?", perguntou o chefe.
Assédio sexual no trabalho: saiba como denunciar!
Ela contou que ficou totalmente desconcertada. "Como assim?", perguntou. E ele: " Estou te zoando...era só pra saber se está de shortinho e blusinha".
Segundo ela, esse tipo de situação era algo comum e vista como normal.
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