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VIOLÊNCIA POLICIAL

Vídeo: guardas municipais chutam cabeça de condutor em MG

Imagens só vieram à tona porque advogado e namorada que testemunharam agressões acabaram presos. Três agentes envolvidos no fato foram afastados pela Corporação.

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Imagem ilustrativa da notícia Vídeo: guardas municipais chutam cabeça de condutor em MG camera Vídeo só foi divulgado porque advogado filmou agressões. | (Foto: Reprodução do Twitter)

No último domingo (10), um vídeo divulgado nas redes sociais expõs um caso de violência policial, em Goiânia, capital de Goiás. Um torcedor do Goiás Esporte Clube estava sendo conduzido algemado por um policial militar quando, perto da viatura, o PM bateu a cabeça do torcedor com tanta força que o para-brisa trincou na hora. O som do vidro quebrando foi ouvido de longe.

Nesta terça-feira (12), uma nova denúncia envolvendo agressões cometidas por agentes de segurança pública também veio a público graças a um vídeo gravado e divulgado por testemunhas.

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As imagens mostram agentes da Guarda Municipal de Belo Horizonte agredindo um motociclista com chutes na cabeça durante uma abordagem, em uma rua do bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte. Na gravação, é possível vê-los derrubando e chutando a cabeça do homem, que teria tentado escapar de uma primeira abordagem por não ter habilitação.

Depois da divulgação do registro, os três guardas municipais que participaram da ação foram afastados por tempo indeterminado de sus funções. O comando da corporação instaurou um rocedimento administrativo disciplinar, que pode levar à demissão dos investigados. “Será conduzida uma apuração rigorosa dos fatos. As imagens evidenciam uma conduta intensamente repudiada por todos nós", disse o comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Sérgio Prates.

De acordo com o boletim de ocorrência, a abordagem violenta aconteceu por volta de 00h30 do dia 3 de julho deste ano, um domingo, no cruzamento das ruas Pouso Alegre e Itajubá. O vídeo mostra claramente a sequência dos fatos: o motociclista desce da moto, após ser fechado pela viatura, caminha até a calçada e aguarda a abordagem sem mostrar resistência, um dos guardas se aproxima pelas costas e aplica uma rasteira nele, o derrubando. O agente então chuta a cabeça do homem, ato repetido pelo outro guarda que se aproxima na sequência.

Testemunhas tentaram intervir e acabaram presas

O responsável pela divulgação das imagens foi o advogado Júlio Maurício Madureira, de 40 anos, que presenciou a ação violenta dos agentes e, juntamente com a namorada, tentou intervir enquanto filmava a situação.

Madureira, que é ex-policial civil e especialista em estudos em criminalidade e segurança pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta que parou no sinal e ao presenciar a abordagem decidiu descer para tentar dar "o mínimo de legalidade" à ação".

"Eu e minha namorada terminamos presos por isso. Em um primeiro momento alegaram embriaguez, usando os outros agentes para 'testemunharem' isso, sendo que eu não bebo e me submeti ao exame no IML. Me acusaram de desacato e ameaça, relataram em dado momento que tiveram a impressão de que eu estivesse armado. Criaram uma série de circunstâncias para gerar falta de credibilidade como reação ao que eu presenciei", recorda o advogado.

O advogado afirma ainda que o vídeo contradiz frontalmente a versão oficial apresentada pelos guardas. O boletim de ocorrência registrado alega que o motociclista caiu sozinho da moto, que ele não sofreu nenhuma lesão, e que todos os direitos constitucionais do homem foram garantidos. "O motociclista foi ouvido e disse que não sofreu nenhuma lesão, só não sei por meio de quais artifícios ele falou isso", contesta Madureira.

O advogado garante que apresentará tranquilamente a sua defesa de um boletim de ocorrência qualificado por ele como mentiroso. Para tanto, ele disse contar com o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG).

"Precisamos de correr atrás desse vídeo, pois ele já tira toda a fé pública desses agentes. Eu fui ajudar uma pessoa que nunca vi na vida e fui acusado de crimes, mas, tudo o que fiz, foi para que não existam novos Amarildos e Genivaldos", destaca o advogado, lembrando os casos do pedreiro que desapareceu após abordagem da PM no Rio de Janeiro, em 2013, e o homem morto depois de ser colocado no porta-malas com uma bomba de gás lacrimogêneo pela PRF, em Sergipe, em maio deste ano.

VEJA O VÍDEO:

Vídeo só foi divulgado porque advogado filmou agressões.
📷 Vídeo só foi divulgado porque advogado filmou agressões. |(Foto: Reprodução do Twitter)
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