Café, pão e manteiga tiveram reajustes de até 70% no preço

O tradicional lanche pão com manteiga e café, seja pela manhã ou de tarde, está mais caro nas padarias e supermercados de Belém. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), os produtos tiveram alta de 10,29%, 7,07% e 3,30%, respectivamente, o que dificulta a situação dos empresários e, principalmente, dos consumidores que já sentem no bolso o reflexo.

A pesquisa do Dieese-PA indica também que os mesmos produtos seguem a projeção de aumento registrado nos seis primeiros meses de 2022, assim como no acumulado dos últimos 12 meses. No primeiro cenário, o pão teve reajuste de 18,98%, o café alta de 18,42% e a manteiga 9,79%, enquanto no segundo cenário os produtos subiram 25,36%, 71,82%e 14,14%, respectivamente.

Na tradicional padaria Santo Antônio, que fica na avenida Rômulo Maiorana, esquina com a travessa Angustura, no bairro do Marco, a redução da produção, sobretudo do pão, foi uma das alternativas, uma vez que com esses reajustes o poder de compra dos consumidores diminuiu. “Reduzimos em 20% a produção, porque os clientes têm comprado menos. Entendemos a situação deles, mas pelos aumentos desses produtos precisamos reajustar nossos preços”, disse Aércio Alves, sócio proprietário do local.

Frutas disparam e diferença de preço nas feiras chega a 66%

Mas, os reajustes foram sentidos mais ainda pelos consumidores. “Antes eu comprava cinco pães com R$ 2, agora com esse mesmo valor compro apenas três. Ou seja, estou gastando o mesmo valor para comprar menos e assim tem sido com o café e a manteiga, e outros produtos não só de comida, mas de tudo”, declarou Deusa Ribeiro, 69, aposentada.

E esses aumentos comprometeram até o costume de quem gosta de comer na rua, com o tradicional completo café puro com pão e manteiga. “Já cheguei a pagar R$ 3,50, mas agora pago mais do que o dobro desse valor, R$ 7,50. E se acrescentar leite no café, queijo e ovo, vai ficar mais caro ainda porque esses produtos têm aumentado muito também”, lamentou Vilmar Filho, 35, mecânico.