O presidente do Proarmas, o advogado Marcos Pollon, foi denunciado ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal por supostamente ter realizado um sorteio de armas em um encontro do grupo, ocorrido no dia 9 deste mês, em Brasília.
Uma portaria do Ministério da Economia, de setembro de 2020, proíbe a distribuição de armas e munições como prêmios.
A ação foi apresentada pelo professor Douglas Belchior, cofundador da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos, articulação nacional que reúne mais de 250 organizações, coletivos e entidades do movimento negro e antirracista. Belchior é pré-candidato pelo PT a deputado federal por São Paulo.
Segundo a representação de Belchior, Pollon teria anunciado o sorteio em vídeo ao vivo no seu canal no YouTube dois dias antes do evento.
Para burlar a lei, ele teria usado a palavra furadeira para se referir a revólver. "Aqui, na descrição do vídeo tem um link para o pessoal adquirir os convites para o nosso churrasco [] e a gente está vendo uma forma de presentear quem for no 9 de julho com o sorteio de uma furadeira", disse o advogado no vídeo.
"Estamos pensando em fazer uma furadeira para quem é do Brasil todo e outro para quem é do Distrito Federal e região. A gente vai disponibilizar um link na internet onde você se cadastra, vai ser feito um sorteio pela loteria federal e lá no evento já recebe o voucher de uma furadeira", afirmou também.
Aliado da família Bolsonaro, Pollon é pré-candidato a deputado federal pelo PL e presidente do Proarmas, maior grupo armamentista do Brasil. O evento do dia 9 teve campanha política antecipada para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou com a presença dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Daniel Silveira (PTB-RJ), entre outros.
Procurado, o advogado não respondeu até a publicação deste texto. Douglas Belchior também denunciou o sorteio ao Ministério da Economia.
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