O Pará está entre as oito unidades federativas que apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo para novos casos da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), segundo informou na última quarta-feira, (3) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe, que inclui dados até 30 de julho.
Além do Pará estão nessa situação Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Roraima e Sergipe.
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Os demais estados e o Distrito Federal mostram estabilidade ou queda na tendência de longo prazo. A Região Norte ainda apresenta uma tendência de alta na incidência da síndrome, cujas hospitalizações estão predominantemente associadas à covid-19 desde o início da pandemia, em 2020.
O pesquisador Leonardo Bastos explica que, apesar de o cenário ser de tendência de queda na maior parte do país, a atual situação ainda requer atenção. “A gente ainda está com indicadores de hospitalizações e óbitos [por SRAG] maiores que o período anterior à pandemia. Já caiu, mas ainda não o suficiente para falar que está tranquilo”, detalha o pesquisador.
A análise das curvas de cada UF indica que a maioria dos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto no Mato Grosso), apresentam quadro de estabilidade ou queda. No Nordeste, há sinais de interrupção de crescimento, com alguns já indicando início de queda.
Em contrapartida, no Norte ainda há sinais de crescimento no Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. Com relação às capitais, o Boletim Infogripe mostra que sete das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, entre elas, Belém. As demais são Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Alegre (RS) e Teresina (PI).
CAPITAIS
De acordo com os pesquisadores, os indicadores de transmissão comunitária mostram que apenas duas capitais no país integram macrorregiões de saúde que apresentam incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto.
São Luís, capital do Maranhão, encontra-se em macrorregião de saúde em nível extremamente alto e pré-epidêmico. Belém está incluída nas 23 capitais classificadas com nível alto.
O boletim InfoGripe tem explicado em suas últimas edições que a segunda onda da variante Ômicron, causada por suas subvariantes, chegou primeiro ao Sudeste, Sul e Centro-Oeste, regiões em que também terminou primeiro.
No Nordeste e no Norte, o início da onda de infecções começou quase dois meses depois, o que também levou à descida da curva de casos a ocorrer mais tarde.
O painel de dados Monitora Covid-19, também mantido pela Fiocruz, mostra que a média móvel de óbitos se manteve acima das 200 vítimas diárias durante todo o mês de julho e continua nesse patamar no início de agosto. O número representa um aumento em relação a abril e maio, quando chegou ficou abaixo de 100 vítimas em alguns dias.
Para Leonardo Bastos, o platô está relacionado à disseminação das subvariantes da Ômicron, que provocaram uma nova onda de infecções. “O que a gente espera é que, com a queda das hospitalizações, haja uma queda nos óbitos mais pra frente, mas o quanto mais a frente não dá para saber”, disse.
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