Nos últimos anos, o consumo de carne bovina tem caído no Brasil, é o que aponta uma pesquisa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O órgão que é ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destaca ainda que a redução na ingestão da proteína pelos brasileiros atingiu seu menor patamar em 26 anos, com uma média de 24,8 quilos consumidos, por habitante, anualmente.

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O estudo divulgado em junho deste ano aponta que a carne bovina ainda é um dos principais produtos que ocasionam a inflação de 11,89% acumulada nos últimos 12 meses. Em 2021, por exemplo, o consumo de carne foi, em média, de 27 quilos por pessoa. A expectativa do Conab é que esse consumo tenha uma queda de 10,6% em relação ao ano passado, devido principalmente ao valor de comercialização da proteína.

No Mercado Municipal de Carne Francisco Bolonha, localizado no complexo do Ver-o-Peso, em Belém, os açougueiros confirmam o que diz a pesquisa. Segundo eles, a venda do produto no local caiu bastante.

“Hoje, só se consegue comprar mesmo quem tem dinheiro. Independente do corte, está tudo muito caro e quem paga o pato somos todos nós. Antes, a gente vendia mais de três mil quilos, por mês, e hoje não chega a mil”, disse o açougueiro José Ribamar Mendes.

Quem trabalha vendendo refeições conta que a clientela ainda busca consumir a carne. Porém, o preço dos pratos que levam a proteína também tem ficado mais caro.

“A gente não pode comprar algo e vender por um preço menor, né? Então é impossível não ter que ajustar também o valor desses pratos. Às vezes a gente consegue explicar para o cliente, fazemos um valor mais em conta, mas reduzindo a quantidade da porção”, contou a boieira Alice Bahia, 40.

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os cortes que mais aumentaram no último ano foram da picanha (9,21%), alcatra (9,20%), fígado (6,59%), filé mignon (5,75%) e patinho (4,9%). Durante a série histórica iniciada em 1996, o maior patamar de consumo de carne foi registrado em 2006, com 42,8 quilos de carne por habitante ao ano.

O açougueiro José Ribamar já chegou a vender mais de três mil quilos por mês. Hoje, não chega a mil Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

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