Varíola dos macacos pode causar cegueira; entenda

A varíola dos macacos já infectou milhares de pessoas em todo o mundo. As suas consequências para a saúde se manifestam por meio de sintomas já conhecidos da comunidade médica e científica que trata e investiga esta doença, até há pouco tempo, endémica em países da África Central e Ocidental.

Entre eles, os mais comuns são: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, inchaço dos gânglios linfáticos, calafrios, cansaço e, o mais característico, o desenvolvimento de lesões vesiculares na pele da face, mãos, pés e plantas dos pés. Esse último, caso se espalhe para a região dos olhos, pode ter sérias consequências para a visão, podendo causar casos irreversíveis de cegueira.

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De acordo com um estudo no "The Lancet", em 20% dos casos a erupção cutânea pode se atingir os olhos e provocar uma conjuntivite, ou seja, uma infecção na membrana que cobre a parte branca do olho, além de causar uma inflamação da córnea chamada ceratite.

Segundo a pesquisa, isso se deve ao fato de que a córnea e a conjuntiva formam a superfície ocular, ou seja, a primeira camada de defesa do olho. Por causa dessa relação, muitas vezes as duas estruturas são afetadas em conjunto, como é o caso da varíola dos macacos.

Para evitar que a infecção se espalhe para a região dos olhos, os especialistas recomendam um cuidado ainda maior com a lavagem das mãos, especialmente por parte daqueles pacientes que apresentarem as erupções na pele - sintoma mais característico da varíola dos macacos.

Sintomas oculares

Além das infecções por vírus, como a varíola, a ceratite pode ser causada por bactérias, fungos e protozoários, olhos secos, irritação por agentes físicos e químicos (incluindo radiação ultravioleta e uso de lentes de contato) e processos alérgicos. Essas ceratites são quase sempre superficiais, pois acometem as camadas mais externas da córnea.

No entanto, especialistas alertam que esses efeitos podem produzir efeitos irreversíveis e graves em certas pessoas. A ceratite é uma inflamação que pode levar ao desconforto ocular e também à perda significativa da visão, pode acabar em cegueira.

Entre os sintomas mais comuns , além dos mencionados, segundo o estudo da "The Lancet", estão: dor aguda e irritação, que pode levar à dificuldade em piscar; olhos vermelhos; coceira nos olhos; lacrimejamento excessivo; fotofobia (sensibilidade excessiva à luz); envolvimento de camadas profundas; opacidades corneanas permanentes e cegueira.

Para prevenir os efeitos mais graves, é essencial ir ao oftalmologista e fazer um exame oftalmológico que detectará a extensão e o efeito que causou nas estruturas do olho.