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ELEIÇÕES 2022

Defesa reúne com Moraes após intimação de auditoria em urnas

Os relatórios que serão encaminhados terão informações sobre a checagem dos boletins de urna e o teste de integridade.

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Imagem ilustrativa da notícia Defesa reúne com Moraes após intimação de auditoria em urnas camera o presidente do TSE, Alexandre de Moraes e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. | Reprodução

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, se comprometeu com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, a entregar os relatórios da fiscalização das Forças Armadas do primeiro turno das eleições.

A informação foi repassada no início da noite desta terça-feira (18), em um encontro fora da agenda entre Paulo Sérgio e Moraes, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Os relatórios que serão encaminhados terão informações sobre a checagem dos boletins de urna e o teste de integridade.

Os documentos foram solicitados por Moraes nesta terça. Em decisão, o presidente do TSE disse que a atuação das Forças Armadas, em possível alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL), pode caracterizar desvio de finalidade e abuso de poder.

"As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", disse.

Na conversa com Moraes, de acordo com os relatos, Paulo Sérgio explicou que as Forças Armadas não realizaram uma auditoria nas urnas eletrônicas, mas participaram de uma série de etapas de fiscalização do pleito.

O prazo para o envio dos documentos é de 48 horas, e a Defesa foi notificada da decisão no início da noite.

Desde o início da tarde desta terça, havia um conflito de versões no Ministério da Defesa sobre como seria a resposta à decisão de Moraes.

Auxiliares de Paulo Sérgio defendiam que a pasta respondesse que não foi realizada auditoria nas urnas, como disse Moraes, mas somente fiscalização do processo eleitoral.

Por outro lado, militares próximos do general Paulo Sérgio não achavam o melhor caminho usar uma diferença de terminologia para negar acesso aos relatórios sobre o primeiro turno das eleições.

Eles disseram, reservadamente, que uma resposta negativa pode encerrar de vez o armistício construído nos últimos dois meses entre as Forças Armadas e o TSE e ensejar eventuais decisões do TSE contra o Ministério da Defesa.

Como a Folha de S.Paulo revelou, os militares não encontraram nenhum problema que pudesse prejudicar o resultado das eleições na fiscalização realizada no primeiro turno.

Eles identificaram somente pequenas falhas, especialmente no teste de integridade. Os problemas, de acordo com os relatos, foram mínimos e poderiam ensejar somente recomendações de aperfeiçoamento ao TSE.

Segundo os relatos de militares que acompanharam o processo, houve casos de urnas desbloqueadas após o representante da Justiça Federal colocar três vezes o dedo no leitor de biometria —e o correto seria liberar após quatro contatos.

No projeto-piloto do teste de integridade com biometria, os militares avaliaram que foram poucos os eleitores convidados para participar do processo, colocando suas digitais na urna para simular a votação.

Na totalização, houve também o diagnóstico de que o TSE demorou mais que o esperado para disponibilizar os boletins de urna na internet, o que teria atrasado a análise dos dados no dia da eleição.

Apesar de não terem encontrado problemas relevantes, o Ministério da Defesa adotou o silêncio após o primeiro turno das eleições e não responde a pedidos de informação sobre a fiscalização realizada no sistema eletrônico de votação em 2 de outubro.

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