Aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), receberam com preocupação a intenção do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) de ir às estradas desobstruir os bloqueios montados por bolsonaristas.
No entorno do presidente eleito, a orientação tem sido deixar claro que essa é uma responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro (PL), cabendo a ele arcar com os prejuízos decorrentes do protesto.
Com a iniciativa do MTST, o temor é que bolsonaristas provoquem confrontos e atribuam a apoiadores de Lula o início do conflito.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, o Movimento Sem Teto vai enviar milhares de militantes às estradas bloqueadas por bolsonaristas para retirar as barricadas que impedem a passagem dos carros.
O movimento, que tem entre seus coordenadores o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), diz que decidiu tomar uma atitude depois de ver que os bloqueios estão acontecendo "com a complacência" da PRF (Polícia Rodoviária Federal), sob o comando do governo federal.
"Esperamos ser tão bem recebidos pelas forças de segurança quanto os bolsonaristas estão sendo", diz o MTST.
Líder do MST, João Paulo Rodrigues foi às redes sociais receitar calma. "Povo de luta, o momento agora e celebrar nossa vitória e acalmar nosso Brasil, Cabe ao estado e suas instituições reprimir essa onda golpista (já esperada, né?) e Iniciar a transição para novo governo. As nossas organizações não devem cair nas provocações e seguir denunciando o golpismo", publicou.
Em nota, os presidentes das centrais sindicais também recomendam cautela e cobram resposta do governo federal.
"Não podemos aceitar uma espécie de 3º turno que setores políticos isolados do bolsonarismo tentam, numa estratégia golpista e antidemocrática, submeter a sociedade brasileira através de tumultos, bloqueios de rodovias e outras manifestações sem respaldo político e popular."
Segundo a nota das centrais, "é inaceitável e criminosa a posição adotada por setores partidarizados dos órgãos de segurança -em especial da PRF- que prevaricam no cumprimento de suas funções e obrigações legais e constitucionais".
"Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da lei, adotem todas as providências", acrescenta.
No documento, as centrais destacam que "o movimento sindical não aceite provocações e radicalismos".
Coordenador da Central dos Movimentos Populares, Raimundo Bonfim disse que não ficarão inertes frente ao que chamam de "tentativa de golpe por parte de segmentos bolsonaristas e caminhoneiros apoiados por grupos do agronegócio".
"Lutaremos por um governo democrático-popular, enfrentaremos o bolsonarismo que precisa ser derrotado na sociedade. Respeito a soberania popular do voto."
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