A área desmatada na Amazônia em outubro deste ano foi de 903,86 km². O número é o mais alto já registrado pelo Deter, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com início em 2015.
Na última sexta (4), o número parcial, atualizado até 28 de outubro, era de 813,2 km², mas a expectativa era de que a área desmatada ainda poderia aumentar. O recorde de desmatamento para o outubro torna-se público em meio à participação do Brasil na COP27, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas. Na segunda (7), o país ficou de fora da Parceria de Líderes para Floresta e Clima.
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A iniciativa conta com 26 países, alguns deles amazônicos, como Colômbia e Equador, e a União Europeia. O Itamaraty justificou a ausência afirmando, em nota, que há foros com melhor formato para "tratar das necessidades dos países em desenvolvimento". O Brasil lidera a derrubada de florestas.
Espera-se para breve também a divulgação da taxa Prodes de desmatamento, o programa do Inpe que mede o desmate anual no bioma. No ano passado, o dado do Prodes já estava disponível durante a COP26, mas só foi divulgado pelo governo Bolsonaro depois do evento.
A taxa de outubro do ano passado, também recorde, foi publicada durante a participação do Brasil na COP de Glasgow, mas o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse, à época, desconhecer os dados.
O Deter não tem o objetivo de medir desmatamento, mas, sim, de auxiliar políticas públicas de combate ao desmate. Porém, a partir dos seus dados é possível observar tendências de destruição. No entanto, as taxas altas registradas pelo Deter podem indicar que o Prodes também vai publicar dados altos.
Todos os maiores números mensais de desmatamento registrados pelo Deter até outubro deste ano ocorreram sob a administração de Bolsonaro. Os dados do histórico recente têm início em 2015, quando houve uma atualização nos sensores do programa Deter que impossibilita uma comparação adequada com anos anteriores, onde havia uma precisão inferior.
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