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SEM EXPLICAÇÃO

Termina prazo para Damares mostrar provas de denúncia

A ex-ministra fez graves acusações de tráfico e abuso sexual de menores no Marajó, mas se esquiva das autoridades desde então.

Imagem ilustrativa da notícia Termina prazo para Damares mostrar provas de denúncia camera Fala sem provas de Damares foi feita quando ela estava em campanha para o Senado, pelo Distrito Federal. | Celso Rodrigues/Dário do Pará

Venceu ontem o prazo de prorrogação dado pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF) para que a ex-ministra Damares Alves apresentasse provas sobre a denúncia que fez afirmando que o Arquipélago do Marajó seria “local de tráfico de crianças e abuso infantil”. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos não entregou à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF as supostas provas da denúncia feita pela ex-titular da pasta que declarou, durante um culto na Igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), em outubro deste ano, existir não apenas o tráfico como também a mutilação de crianças marajoaras. Na ocasião, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) garantiu que a pasta teria imagens de crianças sendo estupradas.

“A prorrogação do prazo foi concedida no que se refere ao envio de informações sobre denúncias de tráfico transnacional de crianças e de estupro de vulneráveis ocorridas em todo o Brasil”, escreveu o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, no dia 18 de outubro. Na data, ele solicitou que o Ministério encaminhasse, em cinco dias, “os casos registrados sobre tais crimes”.

Após solicitação feita pelo Ministério da Mulher, foi concedida a prorrogação de prazo de 30 dias, “para a resposta a ser feita de acordo com os termos do Ofício nº 421/2022/PFDC/MPF”, enfatiza o documento, esclarecendo, inclusive, que a solicitação de informações a serem prestadas pelo MMFDH “se refere aos mencionados crimes registrados em todo o território brasileiro”.

Na época em que fez a declaração em forma de comício na igreja evangélica goiana, Damares afirmou ter provas. “Nós temos imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”, afirmou a ex-ministra.

PREVARICAÇÃO

Mas no comunicado enviado ao MPF, o Ministério da Mulher chegou a justificar a ausência do envio de provas em razão de informações solicitadas sobre as “supostas violações de direitos humanos” porque os “dados solicitados são de natureza sensível”, o que impediria o encaminhamento dessas provas ao Ministério Público Federal.

Em outubro, o MPF do Pará, solicitou que o MMFDH informasse com detalhes todos os casos de denúncias recebidas pela pasta, em trâmite ou não, nos últimos sete anos, envolvendo o tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis. “Explodiu o número de estupro de recém-nascidos”, disse ela na época. O prazo para que ela apresente provas foi renovado duas vezes.

Damares chegou a afirmar, durante o culto evangélico, no qual estava presente a esposa de Jair Bolsonaro, Michele, que teria imagens de crianças com oito dias de vida sendo estupradas, e que um vídeo com este conteúdo era vendido por valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.

Logo após a fala da ex-ministra, o grupo de advogados Prerrogativas entrou com uma representação no Ministério Público Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que as falas da senadora fossem investigadas. Advogados do grupo pedem ao STF e ao MPF que, caso as declarações de Damares sejam verdadeiras, ela e o presidente Jair Bolsonaro (PL) sejam solicitados a explicar quais medidas tomaram.

Foi requisitado também ao Ministério Público Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) tanto Damares quanto Jair sejam “investigados por prevaricação”, uma vez que não teriam tomado qualquer providência a respeito do fato. Como a ex-ministra ainda não tomou posse como senadora, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou o caso à Justiça do Pará.

Informações

Senado

l Damares Alves vai ter que prestar informações ao Congresso Nacional. Ainda sem data marcada, a ex-ministra foi convidada a explicar à Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal as denúncias que fez. O requerimento foi aprovado pelo plenário da Comissão no dia 18 de outubro. O texto do requerimento frisa que, “se faz mais que necessário que a ex-ministra Damares informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à polícia, bem como a exposição de provas perante a sua fala”.

l O requerimento nº 47/2022 para o convite à ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi apresentado pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT).

Ministério só reenvia denúncias antigas ao MPE

Ontem (18), no final da tarde, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) encaminhou à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará e ao Ministério Público Estadual as informações enviadas pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) referentes aos últimos sete anos (2016-2022), envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis supostamente praticados no Arquipélago do Marajó, no Estado do Pará.

“O objetivo é subsidiar os esclarecimentos necessários no que se refere ao desencontro de dados divulgados pelo MMFDH e pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual”, escreveu o MPF em matéria divulgada à imprensa.

O procurador Carlos Alberto Vilhena relata que o MMFDH informou o registro de 251 denúncias integrais, entre 2016 e 2022, que teriam sido “tempestivamente encaminhadas às autoridades naturais competentes integrantes do sistema de garantias de direitos da criança e do adolescente”.

Entretanto, em apenas uma das planilhas, há o registro de 354 denúncias cadastradas entre 2016-2019, com a existência de pelo menos 27 protocolos repetidos. Entre os anos de 2020-2022, as demais planilhas totalizam 72 denúncias cadastradas.

Segundo o MMFDH, essas ocorrências repetidas decorrem do sistema que acrescenta novas linhas para cada caso relacionado à mesma denúncia, que envolva outras violações, vítimas ou suspeitos distintos, ou seja, “da possibilidade de encaminhamentos distintos para cada registro individualizado”.

“O procurador federal dos Direitos do Cidadão aguarda que o MMFDH encaminhe relação dos casos de denúncias recebidas de todo o Brasil, envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulnerável”, frisou o procurador.

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