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Petrobras reduz preços de combustíveis em suas refinarias

Os anúncios ocorrem após apenas alguns dias de preços superiores às cotações internacionais, como reflexo da queda do petróleo e do dólar nos últimos dias, o que levantou questionamentos entre importadores de combustíveis.

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Imagem ilustrativa da notícia Petrobras reduz preços de combustíveis em suas refinarias camera Tomaz Silva/Agência Brasil

A Petrobras reduzirá a partir desta quarta-feira (7) os preços da gasolina e do diesel vendidos por suas refinarias. A gasolina cairá 6,1% para o menor valor desde o fim de setembro de 2021. O preço do diesel será reduzido em 8,2%.

É a primeira mudança no preço da gasolina em mais de três meses, período no qual a estatal chegou a vender o produto com elevadas defasagens em relação às cotações internacionais. O preço do diesel permanecia inalterado desde 20 de setembro.

Os anúncios ocorrem após apenas alguns dias de preços superiores às cotações internacionais, como reflexo da queda do petróleo e do dólar nos últimos dias, o que levantou questionamentos entre importadores de combustíveis.

"A Petrobras ficou mais de 90 dias com preço muito defasado e não houve reajuste. Agora, com dois ou três dias de preço mais alto, rapidamente faz ajuste de preços. São tratamentos bem diferentes", diz Sérgio Araújo, presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Em nota, a estatal diz que as reduções acompanham a evolução dos preços de referência e são coerentes com sua prática de preços, que busca o "equilíbrio com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio".

A gasolina vendida pelas refinarias da Petrobras passará de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro, uma redução de R$ 0,20 por litro. O preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,89 para R$ 4,49 por litro, uma redução de R$ 0,40 por litro.

O repasse às bombas depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos e dos preços dos biocombustíveis misturados a gasolina e diesel antes da venda ao consumidor final.

Durante a campanha para o primeiro turno das eleições, a Petrobras vinha fazendo anúncios semanais de quedas de preços de combustíveis, mas suspendeu a estratégia quando o petróleo passou a subir na campanha do segundo turno.

Nas últimas semanas, as cotações internacionais do petróleo cederam e a empresa passou a vender produtos mais caros do que no exterior.

Na abertura do mercado desta terça (6), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava 8% acima da paridade, a R$ 0,24 por litro, segundo cálculo da Abicom. A diferença no preço do diesel também era de 8%, ou R$ 0,34 por litro.

Para analistas do banco Goldman Sachs, a Petrobras seguirá praticando preços acima do mercado internacional, mesmo após os cortes desta quarta: a gasolina ficará 2% acima do valor praticado no Golfo do México. O diesel ficará 13% acima.

Assim, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins avaliam que as margens de refino da companhia "permanecem em níveis saudáveis".

A queda nos preços dos combustíveis durante a campanha eleitoral ajudou a derrubar a inflação no país. No mês passado, porém, a gasolina voltou a subir nas bombas, com repasses da alta do etanol anidro, pressionando novamente a inflação.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) passou a 0,53% em novembro, depois de alta de 0,16% no mês anterior. Foi a taxa mais elevada desde junho, quando o índice avançou 0,69%, de acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O economista Guilherme Souza, da Ativa Investimentos, estima que o efeito dos cortes de preço anunciados nesta terça sobre o IPCA será de -1,6 ponto percentual, distribuídos praticamente meio a meio entre as referências de dezembro e janeiro.

"Vale pontuar, que ainda que a Petrobras tenha anunciado o reajuste negativo a partir de amanhã, estimamos que o efeito dessa queda para o consumidor deverá ser sentido apenas a partir do dia 13 de dezembro", afirmou.

Com isso, a perspectiva da Ativa para o IPCA de dezembro foi reduzida de 0,84% para 0,75%, enquanto a de janeiro recuou de 0,73% para 0,66%. Para o ano de 2022, Souza espera inflação de 5,9%; em 2023, de 5,2%.

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