Materiais e fibras produzidos a partir de recursos renováveis, os biossintéticos fazem parte dos esforços da indústria no desenvolvimento de soluções inovadoras para a utilização de produtos e processos mais sustentáveis, com menor impacto ao meio ambiente. Com uso de diferentes tipos de recursos, exemplos de aplicação desses materiais já são vistos em centros de pesquisa e na própria indústria.
A necessidade de mercado por inovações em produtos biossintéticos levou à criação de um instituto voltado para a área e que é um braço do SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI). Coordenador de Fibra do ISI, Adriano Passos conta que em alguns anos de atuação, o instituto já conseguiu bons resultados em protótipos biossintéticos. “Nós temos um Núcleo de Sustentabilidade e Economia Circular, que é apoiado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (ABIT), e a gente vem trazendo soluções de sustentabilidade no universo têxtil que é muito grande”, explica. “São diversas matérias-primas, desde matérias-primas naturais, artificiais, sintéticas, químicos têxteis, corantes naturais... então, é um universo bem amplo”.
Trabalhando em parceria com as universidades e com os Senais dos outros estados, Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras atua em rede para levar soluções para a indústria. “Apesar de o instituto ser novo, nós temos aqui fibras desenvolvidas a partir do caule da pupunha, fibras desenvolvidas a partir do caule da bananeira, trabalhamos com tudo que é fibroso, como o coco, açaí, ou seja, a gente sempre está trabalhando para pegar esses materiais que possuem fibras, estudar as suas características e transformar isso em oportunidades de desenvolvimento, oportunidades de gerar empregos para as pessoas e capacitação”, esclarece Adriano Passos. “Quando se trabalha com um produto novo, você gera uma competência que vai se transformar em uma capacitação, que vai se transformar num treinamento, que vai gerar mão de obra e vai mover a economia local”.
CASES DE SUCESSO
Dentre os cases já desenvolvidos pelo instituto na área de biossintéticos, o coordenador de Fibra do ISI, Adriano Passos, destaca, por exemplo, a utilização de pelos provenientes de tosas de cães para a produção de têxteis que podem ser aproveitados para gerar produtos que retornem para o mercado Pet. Um exemplo claro de utilização de um material que seria desperdiçado e que pode passar a ter um novo uso.
“Quando o seu pet tosa, esse pelo é levado para um aterro industrial e é decomposto em um prazo de seis a sete meses. E a gente tem um case onde conseguimos tirar o suor e o cheiro desse pelo, criar uma metodologia para produzir um fio e temos alguns protótipos, alguns têxteis produzidos com pelos de tosa de cães”, explica. “A ideia é que esse material retorne para o mercado Pet, que vem crescendo de uma forma bem satisfatória. Então, ao invés de se utilizar um poliéster, uma fibra sintética, é possível usar o próprio material dele. A gente fez uma metodologia sustentável, então, a gente tem uma perspectiva bem interessante com relação a esse têxtil”.
Adriano explica que o ISI possui uma infraestrutura que permite trabalhar com 20 a 40 g de fibras de diferentes origens e materializá-las em um fio ou uma malha que podem ser direcionadas para diferentes mercados, desde o segmento médico, até o segmento da construção civil, da indústria automobilística, entre outros. “São várias aplicações que você tem, hoje, utilizando as fibras e nós temos aqui um parque de protótipos em que eu trabalho com pequenas quantidades, então, eu consigo testar, aprender, falhar e corrigir”.
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