O governo do Distrito Federal e o Exército deram início na manhã desta quinta (29) a uma ação conjunta para desmontar estruturas vazias no acampamento de bolsonaristas em frente ao QG na capital federal.
O objetivo era tentar, com isso, incentivar a desmobilização de manifestantes que estão no local desde o fim das eleições. Com discurso golpista, eles pedem intervenção militar e falam em impedir Luiz Inácio Lula da Silva de tomar posse.
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A Folha de S.Paulo acompanhou a ação. Bolsonaristas acampados se juntaram no local para evitar o desmonte e xingavam integrantes do governo do DF. Pedras foram atacadas, e pessoas chutaram alguns carros. A operação foi abortada logo em seguida.
De acordo com envolvidos, algumas barracas chegaram a ser desmontadas nesta manhã, mas a orientação ao DF foi para que não voltasse ao local para evitar confronto, diante da reação dos manifestantes.
Ainda segundo essas fontes, há preocupação para que as tentativas de desmobilização não inflame os bolsonaristas, faltando quatro dias para a posse do novo presidente.
Até a quarta (28), o acampamento continuava funcionando com duas grandes cozinhas, banheiros químicos, barracas, tendas e até mesmo espaço com tomadas para carregar o celular.
Manifestantes improvisam varais em árvores para secar roupas e se revezam nas cozinhas para que as três principais refeições do dia sejam servidas no local. Cartazes espalhados informam que o acampamento aceita doações de itens diversos.
As faixas e cartazes com frases como "Intervenção militar com Bolsonaro no poder", "Socorro Forças Armadas" e "Presidente Bolsonaro, acione as Forças Armadas contra a fraude eleitoral" também continuavam expostas no local.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, há dentro da equipe de Lula uma divergência sobre como lidar com as manifestações antidemocráticas em frente ao QG.
Um grupo ligado ao futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), defende uma posição mais forte pela desmobilização do acampamento até o dia 1º. Já o futuro ministro da Defesa, José Múcio, se colocava favorável a uma atuação menos invasiva para evitar novos atritos com bolsonaristas.
Integrantes do acampamentos são suspeitos de participarem dos atos antidemocráticos realizados no último mês na capital federal. Parte dos acampados no QG foram responsáveis pelo ataque ao prédio da Polícia Federal e incêndio a veículos no último dia 12 de dezembro.
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