O ministro da Defesa, José Múcio Monteiros, tem sofrido pressão, inclusive interna, desde os atentados golpistas do último domingo (8), em Brasília. Questionado sobre a possibilidade de troca, Lula disse:
"Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio foi eu que trouxe para cá e ele vai continuar sendo meu ministro porque eu confio nele, é um companheiro da minha relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele".
"Se eu tiver de tirar cada ministro a hora que ele cometer um erro, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil. Todos nós cometemos erros. O Zé Múcio vai continuar", completou o presidente.
Múcio é próximo das Forças Armadas e mais ligado à centro-direita. Ele teve seu nome indicado por Lula exatamente por isso. A nomeação não agradou a cúpula petista -e só piorou quando ele declarou que as aglomerações em quartéis seriam "manifestações democráticas".
Isso gerou um desentendimento já na madrugada de domingo (8). Para o governo, se a falta de ação da PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) para conter os bolsonaristas terroristas foi duramente criticada, houve também certa conivência por parte das Forças Armadas -que não agiram contra os golpistas acampados.
O Exército impediu que a PM entrasse no acampamento em frente ao QG, em Brasília, e prendesse os envolvidos -mesmo depois de os terroristas terem depredado as sedes dos três Poderes.
Não à toa, Lula disse também que está realizando um processo de desbolsonarização no governo, com foco especial nos militares.
Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda. Porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares e estamos vendo se a gente conseguir corrigir para colocar funcionários de carreira -de preferência funcionários civis que estavam aqui e foram afastados, transferidos de departamento - para que isso se transforme num gabinete civil"
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