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MORTE NO CAMPO

Índios pataxós são mortos a tiros em conflito na Bahia

As vítimas foram mortas por pistoleiros quando se deslocavam do povoado de Montinho para uma das fazendas ocupadas por um grupo indígena

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Imagem ilustrativa da notícia Índios pataxós são mortos a tiros em conflito na Bahia camera As vítimas são o adolescente Nawir Brito de Jesus, 16, e Samuel Cristiano do Amor Divino, 25. | Reprodução/ Arquivo pessoal

Dois indígenas da etnia pataxó foram mortos na noite da última terça-feira (17) no município de Itabela, sul da Bahia. A polícia local investiga se os assassinatos estão ligados a conflitos por terra na região.

As vítimas são o adolescente Nawir Brito de Jesus, 16, e Samuel Cristiano do Amor Divino, 25, segundo a Polícia Civil. Ambos viviam na Terra Indígena Barra Velha, que faz divisa com uma área de mais de 22 mil hectares do Parque Monte Pascoal.

Os dois foram mortos a tiros quando se deslocavam do povoado de Montinho para uma das fazendas ocupadas por um grupo indígena, diz a polícia. Testemunhas disseram que homens em uma moto atingiram as vítimas pelas costas.

Por causa das mortes, um grupo com cerca de 200 indígenas bloqueou a BR-101, na altura do km 787, para cobrar a resolução dos crimes, segundo o cacique Zeca Pataxó.

"A situação [os crimes], com certeza, tem a ver com nosso processo de retomada das nossas terras", afirmou o cacique.

"Estamos, agora, reunidos aqui no território da aldeia Barra Velha, enquanto aguardamos a liberação dos corpos pelo IML [Instituto Médico Legal], para darmos prosseguimento aos rituais fúnebres", disse.

Pouco depois dos assassinatos, ainda na noite desta terça, o Movimento Indígena da Bahia enviou documento ao governo federal no qual denuncia que as comunidades locais "estão sob forte ameaça de pistoleiros".

O documento exige a presença da Polícia Federal, para que seja a responsável pela investigação do caso. "Visando a proteção das vidas dos indígenas que ali residem", diz o texto, que também pede o envio de órgãos ligados à proteção aos direitos humanos.

A situação dos conflitos se arrasta desde meados do ano passado, o que resultou em outras mortes de indígenas na região. Conforme mostrou a Folha, em agosto, uma escola com 80 crianças foi alvo de tiros.

À época, os ataques dos pistoleiros levaram o governo baiano a montar uma força-tarefa para impedir novos conflitos.

A Polícia Civil informou que o caso mais recente está sendo investigado pela Delegacia Territorial de Itabela.

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