A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou na última quarta-feira (18), o resultado de um inquérito policial que apurava diversas denúncias de maus-tratos cometidos contra idosos dentro de um asilo.
A casa de repouso, que possuía 81 idosos, foi interditada no último ano, pela Vigilância Sanitária de Divinópolis, município localizado em Minas Gerais. Em abril de 2022, as autoridades iniciaram as investigações sobre o caso. Durante buscas no local, a polícia encontrou pacotes de fraldas e remédios armazenados de forma inadequada.
Adriene Lopes, delegada responsável pelo caso, afirmou que os idosos com distúrbios psiquiátricos eram mantidos em ambientes insalubres, sem acesso à água e ao vaso sanitário. Ela revelou ainda que as vítimas eram amarradas com contenções mecânicas sem prescrição médica.
Ainda segundo a delegada, a freira de 54 anos, responsável pelo cuidado aos internos determinava a omissão dos maus-tratos nos prontuários médicos e nas evoluções da enfermagem. Desse modo, alguns enfermos sofriam até morrer.
Outras 14 pessoas, incluindo um médico, vão responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. No inquérito, foi constatado casos de violência contra 58 vítimas, sendo que 10 morreram por falta de assistência médica e omissão de socorro.
“A freira, enfermeira responsável técnica pela instituição, foi indiciada por crimes de infração de medida sanitária preventiva, exercício ilegal da medicina, curandeirismo, homicídio omissivo impróprio, cárcere privado, tortura e maus-tratos. Ela também foi indiciada – assim como o médico responsável pela unidade – por falsidade ideológica. Além disso, sete técnicos e auxiliares de enfermagem foram indiciados por maus-tratos, cárcere privado e tortura, sendo este último crime também imputado a outros seis funcionários da entidade”, disse a delegada.
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