Nos dias de hoje, falar sobre tristeza e mau humor pode ser um desafio em uma sociedade que busca refletir constantemente vidas felizes, principalmente nas redes sociais, onde os likes são geralmente feitos para imagens de pessoas alegres e aparentemente sem problemas. No entanto, é importante estar atento aos sinais de que a saúde mental não vai bem e cuidar das emoções. O Dia Mundial do Transtorno Bipolar (31 de março) tem o objetivo de chamar a atenção para a doença, levar informação à população e eliminar o estigma social.
De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Edleia Santos, o transtorno bipolar é uma doença do cérebro que causa mudanças anormais de humor, energia e níveis de atividade, além de afetar a capacidade de levar adiante tarefas do dia a dia.
“O transtorno bipolar é uma doença crônica caracterizada por quadros de depressão alternados com episódio de euforia. Tanto o paciente como família e amigos precisam compreender que o tratamento é o primeiro passo para estabilizar os sintomas. Muitos transtornos psicológicos são vistos ainda com preconceitos, o que dificulta o tratamento dos pacientes, por isso, é necessário o apoio familiar e social”, explica a especialista.
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Segundo a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), o transtorno bipolar afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e os sintomas geralmente aparecem antes dos 30 anos, principalmente, entre 18 e 25 anos de idade. Para a especialista, o diagnóstico correto, o acompanhamento médico-psiquiátrico, o uso regular das medicações, a assistência psicoterapêutica do paciente e de seus familiares são determinantes para a eficácia do tratamento.
Veja alguns sintomas da doença na fase de euforia:
-- Sensação de extremo bem-estar;
-- Aceleração do pensamento e da fala;
-- Agitação e hiperatividade;
-- Diminuição da necessidade de sono;
-- Euforia ou irritabilidade;
-- Impulsividade;
-- Ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.
Sintomas característicos da fase de depressão:
-- Alterações de apetite com perda ou ganho de peso;
-- Humor deprimido na maior parte dos dias;
-- Apatia, perda de interesse ou prazer;
-- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
-- Sentimento de culpa ou inutilidade;
-- Tendência ao isolamento tanto social como familiar;
-- Ansiedade e irritabilidade.
Para quem busca atendimento, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza serviços para pessoas em sofrimento psíquico, por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde geralmente começa o cuidado em saúde mental. Além dos Consultórios de Rua, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades de Acolhimento (adultos e infanto-juvenil) e serviços hospitalares.
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