A Polícia Federal (PF) já investiga um terceiro registro de vacina falso de Jair Bolsonaro(PL) inserido no sistema do Ministério Saúde.
Por ele, Bolsonaro teria tomado uma vacina da Janssen contra a Covid-19 no dia 19 de julho em São Paulo, em uma unidade de saúde do bairro de Peruche.
O posto de saúde já informou a Controladoria Geral da União (CGU) que o ex-presidente jamais esteve na unidade para ser vacinado e que o registro sobre a imunização com a dose da Janssen, portanto, foi fraudado.
A CGU repassou a informação à PF, que já investigava outros dois registros falsos de vacinação de Bolsonaro, em unidades de saúde da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Na quarta (3), a PF realizou uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente em Brasília e prendeu alguns de seus principais assessores sob a suspeita de fraudar registros de imunização de Bolsonaro e de sua filha, Laura Bolsonaro.
A falsificação teria sido feita para que Bolsonaro e sua equipe pudessem viajar aos EUA, que exige o comprovante de vacina de estrangeiros que entram no país.
O próprio Bolsonaro afirma que jamais recebeu qualquer imunizante para combater a Covid-19, e voltou a repetir isso depois da operação. Segundo disse, a opção por rejeitar a vacina foi tomada depois que ele leu a bula da Pfizer.
A informação sobre a vacina falsa de SP foi descoberta também pela Controladoria Geral da União (CGU). O órgão, sob o comando de Vinicius de Carvalho, foi o primeiro a descortinar o esquema de fraudes.
Em novembro, ainda no governo de Bolsonaro, a CGU recebeu um recurso para analisar a possibilidade de dar publicidade ao cartão de vacina do então presidente.
O pedido tinha sido feito por um órgão de imprensa por meio da Lei de Acesso à Informação.
Em dezembro, a CGU acenou positivamente e pediu que o Ministério da Saúde repassasse as informações oficiais sobre o cartão de imunizações do presidente.
Então, a surpresa: nele havia registros da impressão de certificados de três vacinas, o que não estava de acordo com a informação alardeada pelo próprio Bolsonaro de que jamais seu braço havia sido picado para receber qualquer imunizante contra a Covid.
Mais estranho ainda: a vacina de São Paulo teria sido aplicada em Bolsonaro no dia 19 de julho de 2021. Mas registrada no sistema mais de um ano depois, em outubro de 2022.
A CGU acionou a FAB, que organiza as viagens de avião dos presidentes da República, e descobriu que Bolsonaro não estava em São Paulo na data da suposta imunização.
Ao mesmo tempo, havia registros de que as informações inseridas sobre as vacinas, que originaram os certificados, tinham sido apagadas do sistema logo depois.
Os dados foram então enviados à controladoria-geral do órgão para serem investigados.
Já no governo Lula, o novo controlador-geral, Vinicius de Carvalho, enviou as informações à PF.
Com novas investigações e cruzando as informações com dados de outros inquéritos, a Polícia Federal conseguiu então estabelecer o vínculo das fraudes com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, que foi preso na terça (3) junto com outros auxiliares suspeitos de participar do esquema.
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