A solenidade de Corpus Christi, comemorada nesta quinta-feira (8), faz memória ao momento de instituição da Eucaristia. A tradição cristã destaca que, na última Ceia, Jesus Cristo repartiu o pão e o vinho com os discípulos. De acordo com os escritos bíblicos, Jesus afirmou: “Isto é meu Corpo, dado por vós”, “este é o cálice do meu sangue… derramado por vós…” e prossegue “fazei isto em memória de mim.”
O que abre e fecha no feriado de Corpus Christi em Belém
A Eucaristia representa o ponto mais alto de uma missa ou celebração católica. Para os fieis, receber a hóstia consagrada significa o momento mais próximo na comunhão com a figura de Cristo. Os católicos entram em fila, recebem a Eucaristia e se recolhem em oração, geralmente ajoelhados e de olhos fechados, em sinal de respeito e devoção.
No feriado, igrejas em todo o país realizam procissões, seguindo recomendação do Código de Direito Canônico. O cardeal Orani João Tempesta explica que a origem da solenidade do corpo e sangue de Cristo remonta ao século XIII, tendo sido instituída pelo Papa Urbano IV (1262-1264).
“Urbano IV, antes de ser escolhido Papa, foi Cônego de Liége (Bélgica) e se chamava Tiago Pantaleão de Troyes, o mesmo que recebeu o segredo das visões da Freira Juliana de Liége, que pedia uma festa da Santa Eucaristia no calendário litúrgico. Esta solenidade entra no calendário litúrgico da Igreja para evidenciar e enfatizar a presença real do Senhor Jesus no pão e no cálice consagrados”, afirma o cardeal em comunicado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O religioso destaca que a festa de Corpus Christi é um convite para meditação sobre o valor e a importância da Eucaristia na vida dos cristãos.
“Vemos que quem pediu que nós ao longo dos tempos e da história celebrássemos a Eucaristia foi o próprio Cristo. A Igreja Católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença salvadora de Jesus na história”, afirma Tempesta.
O cardeal afirma que o texto bíblico mais evidente sobre a doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João. “Todo ele é um discurso Eucarístico de Jesus que disse ‘Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’. A Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: ‘Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos'”, diz.
“Em muitas cidades é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais”, afirma Tempesta.
Os fieis se reúnem durante a madrugada para a preparação dos tapetes, confeccionados de materiais como borra de café, farinha, areia, sal, serragem, além de tampinhas de garrafas, bagaço de cana, casca de arroz, flores e folhas.
“Na solenidade de Corpus Christi desejamos louvar e agradecer a Jesus eucarístico pela sua presença entre nós neste sacramento e lhe oferecemos o que de melhor possuímos, através de precioso ostensório, dignos sacrários em nossos templos e ruas enfeitadas com belos símbolos religiosos”, diz Dom Aloísio A. Dilli, bispo de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, em comunicado.
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