Um novo capítulo da política brasileira teve exposição nesta terça-feira (11). O depoimento de um Hacker à Polícia Federal fez revelações sobre um pedido da Deputada Federal Carla Zambelli e o envolvimento com as eleições de 2022.
Carla Zambelli (PL-SP) foi acusada de solicitar a invasão das contas do e-mail e do celular do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pelo hacker responsável pelo vazamento de informações conhecido como “Vaza Jato”, Walter Delgatti Netto. Essas revelações foram divulgadas pela colunista Andreia Sadi e fazem parte do depoimento do próprio hacker à Polícia Federal (PF).
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De acordo com Delgatti, o pedido teria sido feito por Zambelli durante um encontro ocorrido em setembro de 2022, um mês antes das eleições presidenciais, na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. No entanto, ele alegou ter conseguido acessar apenas o e-mail de Moraes, sem encontrar qualquer informação comprometedora, e não obteve êxito na tentativa de acessar o celular do Ministro. Além disso, o hacker afirmou que também tentou invadir o sistema de segurança das urnas eletrônicas, mas não conseguiu.
Segundo relatos, Zambelli teria levado o hacker a reuniões em Brasília, onde expressou sua intenção de discutir a possibilidade de Delgatti integrar uma equipe de consultores contratados para fiscalizar as urnas eletrônicas. O hacker foi apresentado pela Deputada ao Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido e ao então Presidente de República Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.
Walter Delgatti Netto, foi preso em 2019 durante a Operação Spoofing, e é responsável por ter invadido o aplicativo de mensagens Telegram e copiado diálogos de integrantes da Operação Lava-Jato. O plano de Zambelli, de acordo com informações divulgadas, era contratá-lo como um especialista em ataques cibernéticos pelo Instituto Voto Legal, indicado pelo PL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para realizar uma auditoria nas eleições de outubro. No entanto, o credenciamento do instituto ainda está pendente de aprovação pela Corte.
A deputada admitiu ter pago a hospedagem de Delgatti e de seu advogado, Ariovaldo Moreira, no hotel Phenícia, em Brasília. As diárias do hotel custam cerca de R$ 200. Moreira atuou como advogado de Delgatti no processo relacionado à Operação Spoofing.
Após ser preso em 2019, Delgatti estava respondendo aos atos em liberdade, porém, voltou a ser detido em junho devido ao descumprimento de medidas judiciais que o proibiam de acessar a internet. O depoimento prestado por Delgatti ocorreu no contexto do inquérito que investiga a invasão do sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inclusão de uma falsa ordem de detenção contra Moraes.
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